As vagas estão cada vez mais enfatizando as habilidades em IA (Royalty-free/iStock/Getty Images)
Redatora
Publicado em 4 de setembro de 2025 às 10h37.
Saber usar inteligência artificial virou um diferencial valioso no mercado de trabalho. Um estudo da plataforma de análise de mercado de trabalho LightCast, publicado em julho, revelou que vagas que exigem ao menos uma habilidade em IA oferecem salários 28% mais altos em média do que as que não pedem esse requisito. Na prática, isso representa um adicional de US$ 18 mil (cerca de R$ 100 mil) por ano.
Segundo a plataforma, em vagas que pedem duas ou mais habilidades relacionadas à inteligência artificial, o diferencial salarial chega a 43%. A análise considerou mais de 1 bilhão de anúncios de emprego em diferentes países.
“As vagas estão cada vez mais enfatizando as habilidades em IA e há sinais de que os empregadores estão dispostos a pagar salários acima da média por elas”, afirmou Elena Magrini, chefe de pesquisa global da LightCast, em entrevista à CNBC.
Os maiores aumentos salariais foram registrados nos setores de atendimento ao cliente, vendas e manufatura. O estudo também mostra que a demanda por habilidades em IA cresceu de forma mais intensa fora da área de tecnologia. Desde 2022, quando a OpenAI lançou o ChatGPT, as menções a IA generativa em vagas de setores não ligados à tecnologia subiram 800%.
Enquanto tecnologia da informação e ciência da computação continuam liderando em volume, marketing e relações públicas ocupam a segunda posição, seguidos por ciência e pesquisa, e análise social e planejamento.
“Não são apenas os desenvolvedores de software ou os cientistas de dados que estão se beneficiando das habilidades em IA; é algo que pessoas de áreas como marketing, finanças e recursos humanos também devem considerar”, disse a chefe de pesquisa global da LightCast.
Para ela, o desafio é de adaptação: “A IA está chegando, mas não precisamos ter medo. Precisamos estar preparados.”
O relatório identificou mais de 300 habilidades de IA buscada pelos recrutadores, desde conhecimentos sobre IA generativa e ética a noções de machine learning. Algumas funções, como transporte, demandam conhecimento em direção autônoma, enquanto áreas de manutenção priorizam robótica, por exemplo.
Apesar da complexidade técnica de parte dessas funções, as habilidades mais comuns listadas em anúncios de emprego são mais gerais, como uso de ferramentas como ChatGPT e Microsoft Copilot.
“Não existe estágio errado na carreira para aprender IA — há oportunidades em todos os níveis, e as organizações devem investir em treinamento e exposição para capacitar os funcionários”, disse Bridget Wong, responsável pela área de recursos humanos da Accenture em Singapura, à CNBC.