Josiane Lima, diretora de RH da Swile: “O RH tradicional tem uma origem muito operacional, mas a nova exigência do mercado é que o setor seja mais ativo nas decisões da companhia” (Swile /Divulgação)
Repórter
Publicado em 19 de maio de 2024 às 08h00.
“A relação com o trabalho mudou e por isso precisamos garantir que a empresa escute o RH, que cada vez mais está se tornando uma área estratégica para os negócios”, diz Josiane Lima, diretora de RH da Swile, empresa de benefícios flexíveis.
A executiva traz à tona o conceito do RH estratégico, que deixa de ser apenas o departamento de contrata e cuida da folha de pagamento, mas que pensa de forma estratégica em como usar a mão de obra para o desenvolvimento do negócio.
“O RH tradicional tem uma origem muito operacional, mas a nova exigência do mercado é que o setor seja mais ativo nas decisões da companhia”, diz Lima. “Espera-se hoje que o RH esteja preparado para ajudar com a sustentabilidade do negócio e deixe os funcionários mais prontos para o que é tendência no mercado”.
Nem todos os RHs conseguiram avançar com as mudanças que a pandemia propôs, como o home office. Para Lima, falta capacitar profissionais que atuam no departamento que é o principal canal de cultura de uma companhia.
“As pessoas não estão capacitadas para inovar. No Brasil o trabalho ainda é um peso. A própria flexibilidade, depois da pandemia, não vingou em muitas empresas. Estamos vendo que muitos trabalhos estão exigindo a volta para o escritório, sem oferecer nada de diferente”, diz a diretora de RH.
Para empresas que gostam do trabalho olho no olho, o escritório pode ser um lugar para encontros indispensáveis, afirma Lima. “O trabalho presencial, para funções administrativas, pode ser usado de uma forma melhor, como dias específicos para reuniões, realização de treinamentos e programas de saúde mental. Aposto muito no lugar do escritório como um lugar de relações profundas.”
Para quem aposta no RH estratégico, Lima reforça que gera como benefícios a preparação de um time mais focado no desenvolvimento do negócio, uma vez que esse tipo de departamento:
“Conectividade será o principal ponto. A cultura organizacional precisa estar muito conectada com o core do negócio. Não necessariamente o trabalho home office valerá para todas as funções, mas é papel do RH liderar treinamentos, apostar na diversidade e no engajamento do time,” diz Lima. “É a área responsável por conectar tudo isso à cultura da empresa de forma inovadora e estratégica, só assim o regime de trabalho e os benefícios adotados farão sentido para as pessoas e trarão resultados.”