Carreira

Relaxe, você vai errar muito empreendendo

Começar um empreendimento em sua área de conhecimento é mais confortável e acelera o período de aprendizagem, mas o erro é inevitável


	Ricardo De Féo, dono da General Wings : após dois anos vivendo de economias, a empresa de bicicletas elétricas deve faturar 2 milhões de reais
 (Raul Junior / VOCÊ S/A)

Ricardo De Féo, dono da General Wings : após dois anos vivendo de economias, a empresa de bicicletas elétricas deve faturar 2 milhões de reais (Raul Junior / VOCÊ S/A)

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Da Redação

Publicado em 14 de março de 2013 às 15h50.

São Paulo - Quem nunca dirigiu tem dificuldade em achar o tempo certo de soltar a embreagem e acelerar. Por isso, o aspirante a motorista dirige aos trancos. Com o empreendedor de primeira viagem não é diferente. Leva um tempo até estar confortável com a gestão do novo negócio.

"Ser empreendedor é viver na tentativa e no erro.Não tem ninguém para nos avisar qual caminho percorrer", diz Fabio Mazzon Sacheto, de 37 anos. O administrador paulista abandonou a carreira corporativa em 2002, quando era gerente de vendas da Avaya, multinacional de telecomunicações, para tocar a empresa de cosméticos Florus, aberta por ele e a mulher em 1999.

Sua maior dificuldade foi com a gestão financeira — gerenciar o pagamento de fornecedores, as datas de recebimento e a entrada de dinheiro no caixa — enquanto entendia do setor de beleza. O obstáculo foi superado com a ajuda de consultores e colegas especialistas na área.

Hoje, a Florus atende mais de 70 clientes, entre eles a camisaria Dudalina e o hotel Emiliano, de São Paulo. A experiência de Fábio diz muito sobre uma das características mais importantes de um empreendedor: a resiliência. "Nesse universo, errar não é o fim do mundo e ter calma e obstinação para mudar de rumo é essencial", diz Marcelo Salim, responsável pelo Centro de Empreendedorismo do Ibmec, do Rio de Janeiro.

Dois anos sem grana

Ricardo De Féo, de 45 anos, foi gerente comercial na Volkswagen por oito anos e gerente nacionalde vendas na transportadora Júlio Simões, de onde saiu há dois anos para tocar a General Wings, empresa de bicicletas elétricas fundada por ele em 2009. "Cansei do jogo corporativo, me sentia tolhido", diz.

A ideia surgiu durante uma viagem de pesquisa à China — na época, Ricardo sonhava em fabricar um carro popular. De volta ao Brasil, ele vendeu o apartamento, o carro e com 250.000 reais abriu a loja.

Depois de quase dois anos vivendo das economias, hoje ele faz dinheiro com seu negócio, que deve faturar neste ano 2 milhões de reais.

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