SXSW 2024
Diretora de vendas B2B na Exame Corportae Education
Publicado em 15 de março de 2024 às 18h47.
Última atualização em 15 de março de 2024 às 18h48.
Chegamos no final da nossa jornada presencial no SXSW (mas seguirei acompanhando o festival pelo canal oficial no YouTube), e entre várias palestras, workshops, entrevistas, gravações de podcasts, ativações de marcas e happy hours, gostaria de compartilhar com você alguns insights e aprendizados que tive até agora neste, que é um dos maiores festivais de tecnologia e inovação do mundo.
Mas, antes, quero te mostrar um pouco do que encontramos em Austin ao longo desses dias:
Deu para ter uma dimensão do tanto de coisa que movimenta as ruas de Downtown em Austin? Incrível, né?
Pois bem, agora vamos aos meus 5 principais aprendizados ao longo desses dias:
Um dos conceitos que tomaram conta do SXSW neste ano foi o “GenT” apresentado pela futurista Amy Webb, que em sua sessão anual “Emerging Tech Trend Report”, falou que somos uma geração em constante transição:
“Coletivamente, todos nós estamos passando por algo importante agora, que faz de nós a geração T. Nós somos a geração da transição. Todas as pessoas que estão vivas hoje, cada um de vocês, faz parte de uma grande transição, o que significa que a nossa sociedade será muito diferente quando essa transição estiver completa”.
E uma das mudanças que mais me chamaram atenção durante o festival foi a de como vamos nos relacionar com os ambientes de trabalho nos próximos anos. Para vários palestrantes que passaram pelos palcos do festival, as nossas habilidades serão amplamente potencializadas pelas tecnologias e seremos cada vez mais demandados criativamente para solucionarmos problemas com o suporte tecnológico.
Ouvimos muito sobre Inteligência Artificial e, apesar de ter uma trilha dedicada só ao assunto, parecia que o tema permeou por todo o festival. Mas, diferente do que eu vi em 2023, neste ano as discussões pareciam muito menos ilha da fantasia e muito mais baseada em fatos e dados analisados ao longo do último ano.
Porém a única certeza que podemos ter é que a Inteligência Artificial veio para ficar, e muito além do impacto já observado na atualidade, a expectativa é que ela transforme (e muito) o nosso futuro, trazendo para o centro das discussões e painéis a responsabilidade que precisamos ter diante da popularização e adoção de IAs nos mais variados produtos, processos e serviços. Durante a sessão “Billion Dollar Teams: The Future of an AI Powered Workforce”, Ian Beacraft, CEO da Signal And Cipher, trouxe a necessidade de repensarmos a forma como as corporações estão estruturadas, justamente para comportar as mudanças intensas que a IA tem o potencial de executar nelas.
E se você acha que a fala do Ian é muito catastrófica, te conto que neste ano o Apollo, um robô humanóide, participou de uma sessão com o cofundador e CEO da Apptronik, Jeff Cardenas, que foi categórico em dizer que acredita que robôs serão indispensáveis no futuro e que nos próximos anos eles serão figura cada vez mais presentes no nosso cotidiano, tanto em casa quanto no trabalho.
Dúvidas de que as cenas dos próximos capítulos serão interessantíssimas de se observar? E como você e sua organização estão se preparando para isso?
Tradução do texto da imagem: "Quando penso sobre o papel futuro que a tecnologia desempenhará no mundo, penso nas incríveis inovações que já estamos começando a ver na área da saúde impulsionadas pela tecnologia... Nunca houve melhor época para estar vivo."
O SXSW é um eterno convite à experimentação. É impressionante como aqui você se sente convidado a experimentar o novo o tempo todo: seja fugir do planejamento do dia porque encontrou uma palestra ou uma ativação que valia a pena vivenciar, seja porque conversou com alguém que te contou sobre uma experiência imperdível, seja porque você já está exausto de ouvir sobre um mesmo assunto ou, ainda, porque teve curiosidade.
O que eu penso constantemente é: como levar essa vontade de experienciar coisas novas para o cotidiano de trabalho? Talvez o caminho (bem óbvio até, mas que é importantíssimo ser falado e repetido constantemente) seja o que o Michael Dell, presidente-fundador da Dell, falou na sessão “Business, Life, and the Magic of Austin”: ir devagar, experimentar aos poucos, sem medo de ousar, caso a experiência dê errado, aprender com esse processo de coração aberto e, por fim, não perder a vontade de experimentar novamente!
Tradução para o texto acima: "O truque para nós mantermos a banda vital é continuar tentando coisas novas e abraçar nossos sucessos... mas tentar coisas novas."
O evento ainda é um tanto inacessível à grande parcela da população, seja por conta da diferença cambial ou das barreiras da língua, mas neste ano, por exemplo, tivemos um aumento significativo de brasileiros presentes no evento, o que foi uma alegria de se ver (por onde eu andava, encontrava gente falando português - inclusive comentei sobre isso neste artigo). Mas o meu ponto aqui é: como podemos estimular o envio de pessoas dentro das nossas empresas para eventos tão significativos como o SXSW?
Para tentar amenizar essa distância, inúmeros veículos, empresas e influenciadores vão para o evento com a missão de democratizar o acesso às informações obtidas e as experiências vivenciadas em Austin. Além disso, essa foi a primeira vez que o festival liberou uma parte significativa do evento de maneira pública e gratuita: seja no seu site (se você acessar cada um dos links dessa matéria, inclusive, conseguirá ouvir os áudios de boa parte das palestras que citei aqui) ou no seu canal oficial no YouTube.
Entrando nas temáticas abordadas durante o evento, as pautas de ESG tiveram papel fundamental em várias trilhas. Por exemplo, a Dra. Joy Buolamwini, acadêmica e fundadora da Algorithmic Justice League, trouxe um urgente alerta para vieses e riscos envolvendo biometria e IA, revelando os vieses nos sistemas de reconhecimento facial de grandes empresas de tecnologia, como Microsoft, Face++ AI e IBM.
No ano passado a Esther Perel abriu, com o seu conceito de “Intimidade Artificial” (que abordei neste artigo), um portal maravilhoso para abordarmos a necessidade de falarmos sobre as relações humanas diante de tanta tecnologia e inovação nos rondando.
Se no ano passado Esther foi uma das poucas pessoas que abordaram abertamente sobre isso, neste ano este foi um tópico que permeou várias palestras e conversas em cima do palco. Na sua sessão, o VP de Design da Microsoft, John Maeda, contou que não acredita que tudo será automatizado, mas que com a adoção de tecnologia, nos especializaremos em entregar coisas que importam para humanos e que as máquinas são apenas máquinas.
Do lado do entretenimento, o CEO da Twitch, Dan Clancy, trouxe uma importante reflexão sobre a plataforma que ele lidera na sessão “Twitch Streaming and the Evolution of the Creator Economy”, dizendo que o boom do streaming (potencializado durante a pandemia) veio da necessidade das pessoas se conectarem, se sentirem pertencentes a uma tribo. “Elas aparecem por causa das conversas”, foi assim que definiu o empresário.
E do meu lado, cravo com certeza, que as conexões realizadas aqui em Austin são uma das coisas mais importantes deste maravilhoso festival.
Tradução para o texto da imagem: "A felicidade na vida é baseada em uma coisa e apenas uma coisa... A qualidade dos nossos relacionamentos."
Se você esteve em Austin, concorda com o meu ponto de vista? Ou tem algum ponto que acha que merecia maior destaque? Te espero lá no instagram da Exame Corporate Education para batermos um papo sobre o que está rolando aqui no festival.
E se você não foi para Austin, mas acompanhou tudo o que eu e meu parceiro e VP of Corporate Education, Bruno Leonardo, vivenciamos na cidade, não esquece de seguir a gente no insta, que ainda temos muito conteúdo para compartilhar por lá!