Evento SAB | CEO - EDBI (Redação/Acervo)
Vice President of Corporate Education da Exame
Publicado em 28 de fevereiro de 2024 às 15h03.
Última atualização em 29 de fevereiro de 2024 às 16h11.
À medida que o cenário corporativo se transforma, fica cada vez mais evidente a necessidade de adaptação e desenvolvimento das lideranças, não importa se você acabou de se tornar líder de uma área ou já atua há anos na cadeira de gestão.
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A rápida evolução tecnológica redefine os limites do possível, enquanto as novas gerações trazem expectativas distintas às anteriores. Paralelamente, a pressão por práticas sustentáveis impulsiona as empresas em direção a um padrão ESG, enquanto também nos pressionamos por inovações disruptivas continuamente.
Não posso deixar de defender que em um cenário como esse, a necessidade de investimento em aprendizagem se torna definitiva para as organizações que terão sucesso e as que tenderão a falhar nesse novo momento. Sem desenvolvimento contínuo não adianta, não sairemos do lugar. Para isso, além da aprendizagem formal, enquanto líderes, devemos buscar ouvir o que outros de nós têm observado, aprendido e aplicado em suas realidades.
Recentemente, dividi um painel com dois profissionais exemplos para discutir esses e outros temas desafiadores. Tive o prazer de aprender com Rogerio Barreira, Presidente do McDonald’s no Brasil, e Carolina Pereira, CEO da CaKech, e separei algumas das reflexões neste artigo sobre o que mudou e para onde caminhamos. O painel ocorreu no evento SAB CEO do EBDI, que contou com a presença de diversos CEOs e teve uma rica troca de experiências ao longo de 3 dias.
A Geração Z, ou seja, as pessoas nascidas entre a segunda metade dos anos 1990 até os anos 2010, já estão mostrando a que vieram no mercado de trabalho. Nascidos em meio ao boom da transformação digital, esses profissionais têm um papel fundamental no crescimento dos negócios, pois são extremamente inovadores, questionadores e também desafiadores.
Neste cenário, o que faz um líder mais sênior para atender às expectativas das novas gerações, se adaptar e se conectar com esses novos profissionais? Alguns dos pontos trazidos por Barreira incluem:
Com a crescente integração da tecnologia em nossa rotina, a capacidade de criar e manter conexões humanas autênticas dentro das organizações parece um dos maiores desafios da liderança hoje. Comprovadamente, usar das inovações tecnológicas nos torna mais produtivos e também abre espaço na agenda para sermos mais estratégicos. No entanto, abusar desses usos pode nos gerar ansiedade e desconexão.
A hiperconectividade e o tempo gasto em atividades digitais cria uma necessidade constante de imediatismos. Se recebemos uma notificação no celular ou no smartwatch, ou até um e-mail no final de semana, sentimos a obrigação de responder, deixando de viver e aproveitar o momento presente.
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Sobre isso, Carolina pontua que estabelecer limites claros e adotar uma abordagem consciente para o uso da tecnologia são fundamentais para preservar conexões autênticas no ambiente de trabalho e na vida. Não à toa, é cada vez mais comum encontrarmos organizações que periodicamente propõem às equipes encontros fora do escritório para maior interação, seja em passeios ao ar livre, viagens ou até imersões.
Uma das coisas que mais me impressiona é a falsa crença que as pessoas têm de que a criatividade é uma capacidade inata: ou você nasce com ela ou não. Não à toa, perguntei às pessoas que estavam na plateia assistindo ao painel, quem se considera criativo e pouquíssimas pessoas tiveram a coragem de levantar a mão. Quando, brincando, perguntei quem se considera “criativinho”, tivemos um maior número de braços levantados. O que isso nos diz?
Essa provocação mostra que na verdade temos medo da inovação, acreditamos que ela é um bicho de sete cabeças e que não é para todo mundo. Portanto, trago aqui duas verdades para desmistificar essa crença: (i) criatividade é uma habilidade que pode (e deve) ser desenvolvida e (ii) todo mundo pode inovar.
Como líderes, precisamos simplificar o processo de inovação e mostrar que o nível de exigência não é tão alto a ponto de estagnarmos por esperarmos apenas por ideias geniais de nossas equipes. Eu sempre digo que inovação é a combinação de processos com ganho de repertório, e aqui, Carolina trouxe também a ideia de que inovação é “clonar ideias e trazer para a sua realidade, respondendo a uma dor.”
Sendo assim, está nas nossas mãos criar um ambiente onde os colaboradores se sintam empoderados para compartilhar suas ideias e contribuir para os esforços inovadores da empresa, sem necessariamente precisarmos impor que toda inovação precisa ser disruptiva.
Essa foi uma fala de Rogerio, Presidente do McDonald’s no Brasil, que considero perfeita para finalizar este conteúdo. Antes de você, líder, querer mudar o mundo com as ideias e aprendizados coletados, avalie o nível de desenvolvimento e preparo da sua organização para absorvê-los.
Muitas vezes, nossas equipes não estão prontas para absorver certos comportamentos e, de maneira muito automática, repetimos o bordão de “pensar fora da caixa”. Precisamos, no entanto, dar um passo atrás e, antes disso, olhar para dentro dela.
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