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Quer trabalhar como freelancer? CEO dá dicas valiosas para ser um sucesso

O CEO do GetNinjas esclarece como é o trabalho do freelancer profissional e como se destacar em meio aos concorrentes

Freelancer: "O que você vende como freelancer é o seu tempo", diz o executivo (Thinkstock/Thinkstock)

Freelancer: "O que você vende como freelancer é o seu tempo", diz o executivo (Thinkstock/Thinkstock)

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Da Redação

Publicado em 4 de agosto de 2018 às 06h00.

Última atualização em 4 de agosto de 2018 às 06h00.

Trabalhar como freelancer profissional é uma alternativa que pode complementar a renda, ou, até, servir como fonte principal.

“Não existe um momento ideal, as pessoas começam na faculdade, outras depois de formados, outra são freelancers junto com CLT”, afirma Eduardo L’Hotellier, CEO do GetNinjas, que funciona como classificados online de serviços diversos – tem de pedreiro a redator e chefe de cozinha.

Sendo mais velho e experiente, há mais oferta de trabalho por conta do nome já estabelecido, os jovens podem se arriscar mais. Além disso, podem encontrar na possibilidade de ser freelancer o complemento de uma bolsa de estágio, por exemplo, que foi o que o próprio Eduardo fez durante a faculdade.

Entre os mais de 450 mil freelancers do GetNinjas, há profissionais de todas as idades, afirma o CEO.

O processo de cadastro como prestador na plataforma é simples e a verificação da identidade se baseia em fotos do documento – “uma foto sua, uma do seu documento e outra segurando o documento”, explica Eduardo.

Na prática, o GetNinjas funciona como gerador de oportunidades: o profissional recebe várias oportunidades de trabalho, escolhe em qual deseja trabalhar e, ao selecionar, gasta créditos que comprou previamente.

A partir daí, entra em contato direto com o cliente, que, por sua vez, recebe três profissionais para selecionar o que irá contratar.

Se o registro é simples e igual para todos, há alguns pontos básicos, no entanto, que diferenciam os freelancers. Segundo Eduardo, a apresentação pessoal, “a porta de entrada” e as capacidades técnicas, o quanto o profissional estudou e conhece o assunto.

Ainda de acordo com ele, na hora de escolher quem vai contratar, os clientes avaliam três questões principais:

Segurança: “Eu confio nesse profissional?”
Valor do serviço: “Esse profissional tem um bom preço?”
Avaliações: “O profissional é reconhecido? É bem avaliado?”

O CEO do GetNinjas deu mais insights sobre o trabalho do freelancer profissional e como se destacar em meio aos concorrentes.

Veja as 6 dicas para quem quer ser freelancer profissional:

#1 Considere virar um MEI

O registro como MEI – ou Microoempreendedor Individual – permite que o freelancer profissional emita nota fiscal, pagando uma taxa mais barata do que as outras opções. Embora o GetNinjas, por exemplo, não exija – a plataforma possui autônomos, pessoas físicas, jurídicas, além do MEI – o registro aumenta o leque de clientes em potencial. “Se uma outra empresa vai te contratar, ela vai precisar de uma nota fiscal”, explica o CEO.

#2 Compense a falta de experiência com valor mais baixo

Eduardo sugere começar com um valor mais baixo até conseguir mais clientes, enriquecer o portfólio e só então aumentar o preço. Segundo ele, isso é vantajoso principalmente para os que estão sem atuar. O raciocínio por trás disso é o mesmo de uma promoção que as lojas fazem quando possuem muito estoque de um produto, ou quando o produto vai vencer.

“Se está parado, está ganhando zero pelo seu tempo. E o que você vende como freelancer é o seu tempo, que é um estoque perecível, você não precisa acumular. Se não usa o tempo, você o perdeu.”

#3 Capriche na apresentação pessoal

Na era digital, apresentação pessoal inclui o contato com o cliente que, no caso do GetNinjas, começa pelo WhatsApp, onde o profissional fala um pouco dele e entende mais do serviço.

“Notamos que vários já pecam um pouco nessa prestação”, afirma o CEO. “Ou mandam mensagens em horários não devidos – por exemplo, de madrugada – ou não mandam uma mensagem com tom amigável”, completa.

Outra coisa incluída nesse ponto é a foto utilizada no aplicativo de mensagens. Para atuar como freelancer profissional, ele aconselha utilizar uma foto própria, em contexto condizente com o uso da ferramenta para fins de trabalho. “Você nunca sabe quem, do outro lado, está te contratando, então você tem que pensar em todos esses detalhes”, resume Eduardo.

#4 Trabalhe pensando nas avaliações (do início ao fim)

Com as redes sociais, o que você faz em um trabalho reflete em outro. No GetNinjas, quando você recebe uma avaliação mais estruturada, por exemplo. Porém, mesmo fora da plataforma, algo parecido também acontece, mesmo de que forma menos estruturada.

É preciso entender que a relação do cliente com o profissional não termina no pagamento, diz o CEO do GetNinjas. A avaliação, estruturada ou não, reflete no potencial de conseguir novos clientes. Portanto, todo o atendimento tem que ser feito pensando nisso. Por isso, Eduardo também sugere sempre lembrar o cliente de te avaliar.

#5 Seja pontual

Mesmo nas grandes cidades, o trânsito não é desculpa e chegar atrasado pode mostrar despreparo. De acordo com Eduardo, “pontualidade é algo muito relevante para a maioria dos clientes”. Se o seu trabalho é presencial, esforce-se para atender na hora marcada.

Se for atrasar, mande mensagem – faça de tudo para evitar que o cliente fique esperando.

#6 Crie sua marca – e um jeito próprio de se destacar

No início, para conseguir uma renda considerável atuando como freelancer profissional, o ideal é se cadastrar em todas as plataformas possíveis. Com isso, ter mais clientes. Mas não é o bastante: é preciso caprichar muito nos primeiros serviços para criar sua marca, porque o “boca a boca” ajuda muito a conseguir trabalho.

Outro ponto que pode te ajudar a criar sua marca é achar um jeito próprio de se destacar. Não precisa ser algo complexo ou caro. Eduardo relata a história de uma diarista que oferecia seus serviços pelo GetNinjas. Para se diferenciar, ela, que havia trabalhado como governanta em hotel, deixava a toalha dobrada em origami de cachorro na cama do cliente e um bombom com um bilhete em que dizia “espero que tenha gostado da minha faxina, que esteja tudo em ordem, se precisar me ligue no número”.

O gesto simples fez com que ela se destacasse de tal forma que, mesmo oferecendo um serviço com valor acima da média, em certo momento, havia 40 diaristas abaixo dela, que ela indicava para os clientes porque não conseguia dar conta do serviço. No fim, ela montou uma empresa de faxina.

Segundo Eduardo, o profissional tem que refletir como pode fazer algo de efeito similar, nos próprios moldes. “O que você, como freelancer profissional, pode fazer para se diferenciar de forma que crie uma fidelização e, ao mesmo tempo, que seja simples e barato de fazer?”.

Este artigo foi originalmente publicado pelo Na Prática, portal da Fundação Estudar.

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