Mudança de rota (Thinkstock/chochowy/Thinkstock)
Ao que tudo indica, o fênomeno da Grande Renúncia, com grandes ondas de profissionais pedindo demissão dos seus empregos e que marcou este ano, deve continuar em 2023.
Segundo pesquisa da Betterfly, platafoma de benefícios, 40% dos profissionais querem pedir demissão do seu emprego atual.
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Os motivos que lideram esse movimento vão desde insatisfação com líderes tóxicos e falta de perspectiva de crescimento, além de busca por mais flexibilidade e, claro, remunerações melhores.
Muitos também estão insatisfeitos com a carreira que escolheram e, por isso, buscam uma transição para outras áreas mais promissoras.
Mas, como em todo processo de mudança, muitos profissionais congelam e passam meses e até anos suportando o trabalho que detestam por questões que vão desde o medo de falhar, o receio de julgamentos até preocupações com o cenário macro do país.
Para Cecília Barçante, líder de Empregabilidade, Pessoas e Cultura da edtech Refuturiza, o primeiro passo para dar início ao processo de recolocação é realizar uma autoanálise e verificar quais os motivos por trás da vontade de mudar de carreira. Isso porque é preciso diferenciar se o incômodo é com a empresa, o chefe direto ou, de fato, a profissão exercida.
“Quando você identifica em si mesmo uma insatisfação tão grande com o seu trabalho, a ponto de fazer com que você queira abandonar tudo, é importante parar para perceber se é a atividade ou ambiente que tem te incomodado. Se a resposta for o ambiente, basta buscar outras empresas, mas se for a atividade que te incomoda, a busca deve ser por uma mudança de cunho estrutural e ela deve ser feita em você mesmo", diz.
Se, após a análise a conclusão for que, de fato, a profissão é o problema é importante, então, se questionar quais os objetivos almejados na futura próxima carreira.
“O processo de mudança de profissão não envolve tantas etapas quanto parece, mas é importante que todas elas sejam desempenhadas com calma e assertividade", diz Cecília.
"É importante também que você converse com profissionais que desempenham funções parecidas com as que você almeja, crie um network forte, invista em capacitações e se insira em bancos de talentos otimizados para as vagas que despertam o seu interesse”, afirma a especialista.
E, por mais que na hora de mudar de carreira muitas pessoas pensem apenas nos aspectos técnicos, como buscar uma nova formação ou curso na área desejada, Cecília ressalta ainda que é essencial que haja uma preparação em níveis de saúde mental para lidar com o processo de mudança.
"Em alguns casos, quando há a decisão de trocar de carreira, a pessoa já é sênior ou está em um nível avançado em sua área. O momento da troca é, portanto, um recomeço, no qual é necessário ter inteligência emocional para entender que você recomeçou e que está aprendendo um novo ofício, não há como pular etapas", diz.