Decolar: ficar estagnado não é uma opção (bowie15/Thinkstock)
Luísa Granato
Publicado em 17 de julho de 2018 às 06h00.
Última atualização em 17 de julho de 2018 às 06h00.
São Paulo - Quando a ambição é avançar na carreira, o chefe pode ser o maior aliado de um profissional ou uma grande pedra no seu caminho.
Gestores são obstáculo quando não apoiam os funcionários nem facilitam o desenvolvimento de suas habilidades. A consequência mais prejudicial para seus subordinados é também a mais óbvia: o atraso no crescimento deles dentro da empresa.
Só que ficar estagnado não é uma opção e (bem) melhor do que bater à porta do superior da área e reclamar do chefe é criar uma estratégia para, ainda assim, vender sua marca dentro da organização.
Para Rafael Souto, presidente da Produtive e especialista em marketing pessoal, a medida inicial que o profissional deve tomar é buscar feedback. É a melhor forma de alinhar as expectativas e garantir que não exista uma imagem distorcida do chefe.
“A autopromoção precisa ser feita com cuidado, inclusive comunicando seu chefe sobre o que está fazendo. Fazer escondido pode dar muitos problemas e você vai colher frutos ruins”, fala ele.
Em artigo da Harvard Business Review, Nicholas Pearce, CEO do Vocati Group, conta que quando começou como professor na Northwestern University’s Kellogg School of Management, logo marcou uma reunião com a reitora da universidade para entender qual a perspectiva dela a respeito de um trabalho de excelência.
Com essa prática, desde o início foi possível guiar suas metas no novo emprego de acordo com o que era esperado pela chefe.
Pearce escreve que a falta de cooperação do gestor para colocar o funcionário em evidência não pode ser levada para o lado pessoal. Existem muitas razões externas ao profissional que impedem esse apoio da chefia, como a falta da habilidade interpessoal para promover os funcionários ou a existência de um viés inconsciente, um tipo "sutil" de preconceito, que prejudica sua avaliação.
Analisar a razão da ausência de apoio do seu superior, ajuda a planejar melhor a estratégia de marketing pessoal. O presidente da Produtive destaca os três principais pontos para um plano de sucesso:
A primeira dica do executivo é não passar por cima do chefe. Se ele se sentir ameaçado ou desrespeitado, tentar ganhar prestígio pelas suas costas tende a piorar a situação.
A solução é comunicar o que está fazendo, tentando incluí-lo em suas ideias e chamar atenção para o seu nome durante apresentações e reuniões. Se ele não advoga pelo seu talento, não quer dizer que você não possa fazê-lo.
A hora do almoço é sua aliada. Não dependa apenas do seu chefe, o melhor é expandir seus relacionamentos em outras áreas da empresa. Segundo Souto, os canais informais podem ajudar você tornar seu trabalho mais conhecido, trazer informações sobre oportunidades internas e até podem ser úteis para trazer mais feedback sobre sua atuação.
“A maioria das empresas toma decisões colegiadas sobre as promoções, dificilmente será apenas o seu chefe que manda e desmanda”, explica.
Se você quer ser visto é bom tomar cuidado para que sua imagem esteja positiva. Se o chefe já não dá apoio, o profissional fica mais vulnerável. Então, será necessário estar atento aos detalhes, revisando seu trabalho com cuidado e tendo consciência de seu comportamento.
“Ter clareza de qual a imagem que está vendendo para os outros é essencial aqui. Você pode perguntar para conhecidos, dentro e fora do trabalho, que imagem têm a seu respeito”, diz Souto.