(Westend61/Getty Images)
Luísa Granato
Publicado em 14 de setembro de 2020 às 17h37.
Última atualização em 14 de setembro de 2020 às 19h29.
Como você se comunica com seu chefe? Por mensagem no WhatsApp, e-mail, telefone ou videoconferência? Da tradicional pausa para um café e um feedback mais informal, a relação entre líderes e liderados fica cada dia mais digital.
A grande tendência na área de recursos humanos é o uso de aplicativos. Já no recrutamento, a Revelo mostrou o sucesso de conectar empresas e candidatos por meio do telefone, o que trouxe agilidade para a comunicação.
O mesmo acontece com o lançamento da Qulture.Rocks, startup de tecnologia para RH, para auxiliar a gestão de equipes. Apenas com os clientes existentes da empresa, mais de 20.000 pessoas já estão usando o aplicativo toda semana; e, em pesquisa de satisfação, oito em cada dez profissionais já contaram que ficariam frustrados se perdessem o recurso.
Segundo Francisco Homem de Mello, presidente da startup, o objetivo é que o aplicativo seja uma caixa de ferramentas para o líder; além de facilitar o trabalho do RH das empresas.
“A gente sempre fez softwares para o RH. E percebemos que muito do que o RH faz é ajudar líderes a ser melhores. Alternativamente, se a gente consegue fazer com que os líderes sejam melhores, ajudamos o RH”, explica ele.
O app possui uma tecnologia patenteada da empresa. Toda a jornada começa com um simples e-mail para os colaboradores, que escolhem um emoji para expressar um sentimento sobre seu trabalho naquela semana.
A resposta e os comentários da pessoa vão direto para o gestor ou gestora, que fica responsável por marcar uma reunião periódica e recebem o relatório do feedback dos funcionários, que se transforma em pauta para o famoso “one on one”.
O outro recurso da tecnologia é uma pesquisa de prioridades da semana, as quais ficam alinhadas com as metas de cada área ou funcionários. Os colaboradores mandam suas listas para os gestores, que podem comentar e ajudar na sua organização.
Uma utilidade dessa função é detectar quando um funcionário está sobrecarregado, por exemplo. O acúmulo de serviço pode prejudicar outras entregas e poderia ser remanejado pela equipe.
Segundo Mello, esses vários fatores que acontecem ao longo da semana de trabalho que podem parecer pequenos, mas uma simples conversa facilitaria a qualidade do trabalho e o bem-estar do funcionário.
“Queremos agregar mais três ferramentas ao longo do próximo ano, temos a visão de que realmente será uma caixa de ferramentas para o líder ou a líder. A ideia é que cada dupla de líder e liderado possa definir o que funciona melhor para essa troca”, comenta o CEO.
Todo o processo usa princípios de “gameficação”, tornando a conversa mais fluida e sem deixar pontas soltas. Às vezes, uma reunião cancelada pode significar atrasos em projetos ou deixar o colaborador com um sentimento de negligência.
Dessa forma, o app estimula a criação de uma rotina de feedbacks e um fluxo de comunicação constante. O que pode acontecer com ou sem o home office.
“Eu vejo como um equilíbrio entre a interação remota e digital com o presencial. Você pega diversos pontos dessa jornada, com comunicações assíncronas, como a pesquisa no e-mail e comentários no app, e momentos ao vivo das reuniões. O que começa remoto vira pauta para reunião. Esse fluxo interessante ajuda a otimizar o tempo”, fala o executivo.
A expectativa para a permanência do home office após a pandemia, com os funcionários desfrutando de maior flexibilidade para ir à empresa ou no expediente, casa com o surgimento de tecnologias como essa que farão parte das novas rotinas criadas nas empresas.
“O fato de que mais de 20.000 pessoas começaram a usar o aplicativo nos nossos clientes tem relação com uma necessidade vinda do trabalho remoto. As pessoas estavam desesperadas por uma ferramenta para ajudar na comunicação. O uso de tecnologia é um caminho sem volta, mesmo retornando ao escritório”.