Rose Souza, da Verbify: Mostrar para pessoas desconhecidas a nossa jornada de aprendizagem deveria ser um motivo de orgulho e alegria, e não de medo, de vergonha (Divulgação: interhaus Productions/Getty Images)
Redação Exame
Publicado em 15 de dezembro de 2023 às 15h19.
Rose Souza, sócia e CEO da Verbify e da Companhia de idiomas, explica como ganhar confiança com a nova língua
Muitas pessoas podem achar que a hora de se expor é quando a gente já fala bem. Afinal, ninguém gosta de passar vergonha na frente dos outros, né? Mas pensar assim só atrapalha.
Mostrar para pessoas desconhecidas a nossa jornada de aprendizagem deveria ser um motivo de orgulho e alegria, e não de medo, de vergonha. O problema é que vivemos com a régua da perfeição sobre as nossas cabeças, e, infelizmente, não somos aprendizes satisfeitos. Parece que a satisfação só chegará quando dominarmos, o que quer que seja.
O primeiro passo é acolher você, como aprendiz. Sentir orgulho de estar aprendendo algo, enquanto tanta gente não está - por falta de oportunidade, falta de tempo, falta de gestão do tempo, falta de coragem e tantas outras razões reais (e também desculpas) pra não evoluir.
Já escrevi aqui sobre buscar ambientes e pessoas que causem em você a sensação de conforto. Eu chamo isso de simulador, falei sobre isso nesse artigo aqui na Exame. Você se joga, mas tem rede, sabe que não vai morrer se cair. O simulador ajuda muito a desenvolver a segurança, é MUITO melhor do que viciar em aprender cada vez mais a teoria, e nunca se expor.
Em qualquer aprendizado, é muito ruim não lidar com o nosso eu aprendiz (aquela pessoa que erra na frente dos outros). Encarar algumas pessoas amigas ou alguns ambientes (casa? escola? trabalho? amigas?) como simuladores, como porto seguro para você se mostrar, é um passo importante na evolução de seu aprendizado.
Na minha vida profissional, lembro que quando fui dar aula pela primeira vez na pós da FGV, eu juro que fui torcendo para acontecer um terremoto em São Paulo ou um blackout geral, algo que justificasse que não ter de fazer aquilo que iria fazer. Imagina o medo. Tentei fingir, acho que minhas primeiras aulas foram muito bem preparadas, mas bem rígidas, então, fui aos poucos fazendo melhor, até ficar confortável, e depois amar (e ser amada…hahaha).
Quanto antes você incluir pessoas diferentes nos seus processos de aprendizagem, antes você aprende. Porque vai encarar com bom humor os tropeços, entender que 99.9% das pessoas não são inimigas, nem estão julgando a sua performance. E se estiverem, elas estão, naquele momento, travando a aprendizagem delas, porque, ao invés de ouvir o que você tem a dizer, e aprender um pouco mais, elas estão julgando a forma como você diz (ou qualquer outro aspecto). Enquanto você se torna melhor, elas estão lá apontando o dedo e sendo o que elas sempre foram, sem evoluir.
Então, tá com medo?
Vai lá e faz, com medo mesmo. E faça tantas vezes, até o medo cansar e ir embora. Essa fórmula é infalível na aprendizagem.
Claro que cada aprendiz é de um jeito, mas tenho certeza de que se você fez experiências na aula de Ciências, e também estudou teorias, você se lembra mais das experiências do que das teorias.
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