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Entenda quando brigar é bom no trabalho (e quando é ruim)

Como identificar a melhor maneira de lidar com as situações de atrito no trabalho

 Marcelo Pugliesi, de 36 anos, presidente da Direct Talk: empresa adota o diálogo para resolução de conflitos (Omar Paixão/VOCÊ S/A)

Marcelo Pugliesi, de 36 anos, presidente da Direct Talk: empresa adota o diálogo para resolução de conflitos (Omar Paixão/VOCÊ S/A)

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Da Redação

Publicado em 14 de junho de 2013 às 20h35.

São Paulo - Grandes obras do país têm tido problemas que extrapolam um simples atraso, geram prejuízos e afetam a imagem da empresa. Um terço das obras para a Copa do Mundo de 2014 no Brasil, por exemplo, ainda nem saiu do papel.

Os profissionais que estão na rotina dessas companhias precisam lidar com conflitos dos operários, dos fornecedores, do governo e da própria empresa que representam.

Assim, todo profissional sabe que vai ter de encarar desentendimentos diários entre equipes e pares. Os americanos Ralph Killman e Kenneth Thomas desenvolveram, nos anos 80, um método para ajudar a reconhecer como nos comportamos diante de conflitos. Segundo essa metodologia, batizada de TKI, existem cinco diferentes estilos de lidar com uma divergência de opiniões.

As pessoas têm um estilo predominante, embora possam reunir características de outro. “Se não são capazes de resolver as questões, entendendo quando ceder e quando é a vez dos outros, elas acabam desistindo”, diz Ralph, que esteve no Brasil em maio para ministrar um curso sobre o tema na consultoria Fellipelli.

Ter consciência de suas emoções, de seu estilo e de sua inteligência emocional é o que vai garantir que as saídas sejam encontradas em cada situação. A seguir, reconheça seu perfil e veja como você tende a se comportar diante de um conflito.

Todos de acordo

A Direct Talk, empresa de São Paulo que oferece software para o relacionamento entre empresas e consumidores, reconheceu que os desacordos fazem parte da rotina e passou a adotar uma conduta para que as discussões sejam mais claras quando ocorrerem.


“Decidir em conjunto com base no diálogo é mais difícil e mais lento, mas as decisões se tornam mais acertadas e legitimadas pela equipe”, diz Marcelo Pugliesi (ao centro), de 36 anos, presidente da companhia.

Cada perfil, uma reação

Desde que foi lançado, há mais de 30 anos, o método TKI já foi aplicado em mais de 7 milhões de pessoas. Trata-se de um teste que visa avaliar que tipo de reação uma pessoa tem diante de um conflito. A ideia é que, consciente de seu comportamento, o indivíduo possa lidar melhor com uma situação desse tipo. 

O competitivo

A pessoa é orientada pelo poder e utiliza qualquer recurso para garantir sua posição. Algumas situações exigem tomadas de decisões rápidas, como negociações de alto risco. “Não há tempo de pedir opiniões”, diz a coach Denise Manfredi, pesquisadora do métodoTKI no Brasil, de São Paulo. 

Ponto positivo: Você mostra que consegue resolver conflitos de maneira rápida. É a atitude adequada quando se tem certeza de que está na posição correta.

Ponto negativo: Pode desgastar os relacionamentos, intimidar e afastar outros profissionais. 

O colaborativo

O profissional busca entender o assunto para identificar todos os aspectos do problema e encontrar uma alternativa que satisfaça os dois lados. “Ser colaborativo fortalece as relações”, afirma Paulo Campos, consultor do LAB SSJ, empresa de treinamento corporativo, de São Paulo.


Ponto positivo:  Gera aprendizado, pois possibilita a troca de informações e opiniões.

Ponto negativo: Ao ser muito participativo, o profissional pode se tornar vulnerável e o desgaste emocional será maior.

O conciliador 

Este perfil tem como objetivo encontrar uma solução conveniente e aceitável para todos, mesmo que a satisfação seja parcial. Conciliar significa buscar uma solução rápida com base na troca de concessões. De acordo com Denise, o foco deste estilo é o acordo, ideal para decisões provisórias.

Ponto positivo: Gera troca de opiniões de forma justa. 

Ponto negativo: Pode haver perda de profundidade, oportunidade de entender melhor os dois lados e construir uma solução mais duradoura. 

O cauteloso

O profissional não busca satisfazer seus interesses nem os do outro. Seu lema é evitar ou adiar o conflito até encontrar um momento melhor para resolvê-lo. Segundo Paulo Campos, é ideal quando os prejuízos ultrapassam os benefícios de sua resolução. 

Ponto positivo:  Válido quando o profissional aproveita o afastamento para observar a situação e usar as informações em um momento estratégico.

Ponto negativo:  Usar esse perfil para resolver todos os conflitos faz com que o profissional perca a confiança das pessoas.

O condescendente

Ceder significa abdicar de seus interesses em favor do outro. É o oposto do perfil competitivo. Deve-se assumir uma atitude condescendente ao perceber que sua posição está errada ou que o assunto é mais importante para  o outro lado. “Cria um clima de cooperação”, afirma Paulo Campos.

Ponto positivo: Pode gerar harmonia, bem- estar e integração, além de deixar as pessoas próximas mais envolvidas com a atividade.

Ponto negativo: Ceder pode transmitir a ideia de fraqueza ou falta de confiança. 

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