Pessoa estudando com livros (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 9 de setembro de 2014 às 14h01.
* Resposta de Diogo Arrais, professor do Damásio Educacional
Os conectivos são elementos textuais extremamente importantes, já que promovem não só a ligação, mas também a sequência das informações. Para exemplificar a situação coesiva, vale a leitura de trecho registrado por um magistrado:
“O autor, como experiente e conhecido árbitro de futebol, deve, no exercício de sua atividade, superar sem maiores desconfortos as naturais manifestações contrárias à sua atuação, posto que está em posição rotineira de desagrado de um dos lados (…)".
Em nossa Língua Portuguesa, a expressão “posto que” equivale a “ainda que”, “mesmo que”, “embora”, “apesar de que”; é locução concessiva, de oposição ideológica.
No entanto, percebe-se largo uso do citado “posto que” como sinônimo de “já que”, “visto que” ou “porque”. Vejamos uma outra situação:
“Os preços aumentaram, posto que o país está em crise.”
No primeiro trecho, o magistrado deveria ter salientado a causalidade das ideias, com apoio do verbo no indicativo:
“O autor, como experiente e conhecido árbitro de futebol, deve, no exercício de sua atividade, superar sem maiores desconfortos as naturais manifestações contrárias à sua atuação, já que está em posição rotineira de desagrado de um dos lados (…)".
Para o segundo trecho, também, é preciso apresentar a ideia de causa, e não de oposição:
“Os preços aumentaram porque o país está em crise.”
Ratificando, para se fazer o uso de “posto que”, as ideias devem apresentar a oposição e a relação com verbo no subjuntivo (-sse):
“O árbitro não se exaltou, posto que (embora) houvesse ambiente hostil.”
“Os preços não aumentaram, posto que (embora) o país atravessasse uma crise.”
Um abraço, até a próxima e siga-me pelo Twitter!