Manifestantes reúnem-se na Praça da Sé durante protestos contra a precariedade do transporte público, violência policial e corrupção do governo, em São Paulo (Alex Almeida/Reuters)
Da Redação
Publicado em 28 de junho de 2013 às 14h24.
Sujeitos indeterminados classificaram, no pretérito, o povo brasileiro como passivo. Em contrapartida, nos recentes protestos populares, no presente e na voz ativa, são estremecidos políticos, entidades e estádios:
AÇÃO MUDA O PAÍS (sujeito agente – verbo transitivo direto – objeto).
É preciso, pois, não confundir voz verbal passiva e passividade.
Na voz passiva, o sujeito recebe a ação:
A ordem foi recebida pelo povo.
Inocentes foram atacados pela tropa.
Vitrais foram destruídos por vândalos.
Já a passividade caracteriza-se não somente pela voz passiva, mas ainda pela voz ativa, se o verbo contiver tal sentido de passividade (o sujeito como paciente).
Após a histórica ação, políticos brasileiros receberam o recado.
Na verdade, esperamos sempre que criminosos possam receber o merecido castigo.
O brado retumbante de um povo heroico ganha novos tons, cores; harmonia de uma canção que quase foi esquecida por vozes aparentemente passivas, de uma rotina superfaturada na passividade.
O povo brasileiro não é assim; fora disfarçado por pronomes retos na Ditadura Militar; a determinação de Joões e Marias, em pleno século XXI, é capaz de emocionar qualquer análise sintática.
Ao menos por um instante, repassamos a parlamentares a nobreza da voz reflexiva:
Eu me mobilizo
Tu te mobilizas
Ele se mobiliza
Nós nos libertamos
E surge um novo verbo no Brasil.
Um abraço e até a próxima!