Jogador Alexandre Pato: erro em pênalti custou a eliminação do time na Copa do Brasil. "Um pênalti, perdido ou não, é gramaticalmente e futebolisticamente abstrato", explica Diogo Arrais (REUTERS/Paulo Whitaker)
Da Redação
Publicado em 25 de outubro de 2013 às 16h19.
São Paulo - Uma pergunta fica no ar: PÊNALTI é substantivo concreto ou abstrato? Substantivos concretos nomeiam seres de existência independente – reais ou não. No meio futebolístico, por exemplo, assistimos a vários concretos: bola, campo, areia, buraco, Pelé, Zico, Pato, Dida, goleiro, frango, coração, alma, apito, cartão, ar, árbitro, filho, mãe.
Ratificando: os concretos nomeiam pessoas, mitos, personagens, lugares, animais, vegetais, minerais, elementos químicos, coisas.
Já os substantivos abstratos nomeiam seres de existência dependente. Sim! Dependem de nós, seres, para existir: pênalti, morte, saudade, inteligência, felicidade. Indicam ações (alguém vai lá e executa): jogada, vingança, ameaça, eliminação, expulsão. Ainda sim, indicam estado ou qualidade: habilidade, celebridade, vaidade, fracasso, incompetência.
E agora? Entendeu por que PÊNALTI é abstrato? Um pênalti, perdido ou não, é gramaticalmente e futebolisticamente ABSTRATO. Depende de algum SER que execute (mal ou bem) o processo.
Finalmente, imagine, pois, aquela situação da cobrança dos pênaltis:
- Lá vai o atacante! Pegou a bola. Correu, chutou... chu...tou...
- Não dá para acreditar! Incrível! O chute na bola foi tão vagaroso que o goleiro nem se esforçou para fazer a defesa.
Que o nosso Deus (concreto!) proteja aqueles que perdem pênaltis!
Um abraço, até a próxima e siga-me pelo Twitter!