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Profissional de RI ganha status e mobilidade dentro da empresa

O profissional de Relações com Investidores (RI) não é mais o mesmo. Em quatro anos, ele ganhou mais status dentro e fora da empresa, conquistou salários maiores, ficou mais experiente e tornou-se polivalente e passou a circular com naturalidade pelas áreas de contabilidade, comunicação e controladoria. Mais: quem já entrou nesta carreira está bastante satisfeito […]

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 09h31.

O profissional de Relações com Investidores (RI) não é mais o mesmo. Em quatro anos, ele ganhou mais status dentro e fora da empresa, conquistou salários maiores, ficou mais experiente e tornou-se polivalente e passou a circular com naturalidade pelas áreas de contabilidade, comunicação e controladoria. Mais: quem já entrou nesta carreira está bastante satisfeito e não pretende sair.

O perfil dos profissionais que trabalham na área de RI foi traçado na segunda pesquisa organizada pelo Instituto Brasileiro de Relações com Investidores (Ibri) e mostra a evolução do profissional entre 2000 e 2003. Segundo o presidente do instituto, José Luiz Acar Pedro, as diferenças entre os resultados do primeiro levantamento, realizado em 2000, e o divulgado nesta semana retratam a conscientização das empresas e as exigências do mercado.

A permanência do profissional na área por períodos longos - a pesquisa mostra que 46% trabalham em RI há mais de cinco anos e, em 2000, este percentual era de 25% - aponta para a necessidade de amplo conhecimento sobre a empresa que representa e de conquistar reconhecimento dos investidores. O aumento da faixa etária também indica que, além de a função não discriminar o trabalhador mais velho, o profissional deve somar às habilidades técnicas algumas qualidades pessoais - astúcia, desenvoltura social, diligência - que geralmente se adquire com o passar dos anos. Em 2000, 44% dos entrevistados tinham entre 30 e 45 anos. Em 2003, o percentual era 51%.

Os salários acompanharam o aperfeiçoamento do profissional. Em 2000, 9% dos entrevistados ganhavam mais de 12 mil reais. Em 2003, eram 24%. Menos de 23% dos que responderam a pesquisa no ano passado ganhavam menos de 8 mil. Em 2000, essa parcela era de 38%.

O grande trabalho que é feito ocorre dentro das empresas, afirmou o presidente do Ibri. Aos poucos, a área de RI, que precisa relacionar-se bem com todos as outras - do comercial ao recursos humanos -, começa a ganhar mais status dentro da corporação. A forma de o profissional receber as informações mostra um pouco isso. Em 2003, mecanismos como relatórios e e-mails tornaram-se mais comuns, e a freqüência das reuniões com a diretoria para a obtenção de informações quadruplicou-se.

Outro dado é o aumento da área de RI na empresa. Em 2000, 48% das empresas tinha mais de dois profissionais na área de relações com investidores. Em 2003, esse percentual já tinha pulado para 66%. Para a diretora executiva do instituto, Doris Wilhelm, a precificação das ações reflete a percepção que o mercado tem da empresa. E como administrador de expectativas, como se refere Doris, o diretor de RI tem o dever de informar o mercado sobre a empresa, tarefa que leva ao maior dimensionamento da equipe.

Segundo a pesquisa, o espaço para os profissionais ainda se concentra nas grandes empresas. Ou seja, as companhias abertas que têm maior liquidez no mercado de ações. Dos entrevistados, 77% eram de empresas com faturamento líquido anual superior a 1 bilhão de reais.

Como diretora de Relações com Investidores da Coteminas (Companhia de Tecidos do Norte de Minas) e membro da diretoria do Ibri, Doris chama atenção para outro resultado da pesquisa: a participação feminina cresceu substancialmente. No primeiro levantamento, 25% dos profissionais entrevistados eram do sexo feminino. No ano passado, já eram 32%. "É a vantagem de sermos multifocadas", diz a executiva.

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