Carreira

Profissionais em cargo de gestão superestimam sua capacidade

Segundo pesquisa, apenas 15% dos gestores admitem que têm pontos fracos

Cena do filme "The Devil wears Prada": não saber pontos fracos pode prejudicar sustentabilidade da carreira (Divulgação/EXAME.com)

Cena do filme "The Devil wears Prada": não saber pontos fracos pode prejudicar sustentabilidade da carreira (Divulgação/EXAME.com)

Talita Abrantes

Talita Abrantes

Publicado em 3 de novembro de 2010 às 15h20.

São Paulo – Boa parte dos gestores não conhecem seus pontos fracos. É o que sugere pesquisa feita pela consultoria Development Dimensions Internacional.

Em setembro, a instituição questionou 1.100 gestores de diferentes países sobre seus métodos de liderança. Os resultados mostraram que boa parte deles são extremamente autoconfiantes e superestimam sua capacidade.

Para se ter uma ideia, do total de profissionais ouvidos pela pesquisa, 72% afirmam que não questionaram sua atuação durante o primeiro ano como gestores de determinada área.

De acordo com Irene Azevedo, consultora sênior da DBM, as razões para isso estão intimamente ligadas a ascensão meteórica de muitos profissionais por aí. “As organizações têm dado muito poder para as pessoas sem ao menos prepará-las para isso”, afirma Irene Azevedo, consultora sênior da DBM. E, segundo ela, essa é a combustão perfeita para que a síndrome de super-homem ganhe espaço em uma carreira.

Quando todo deslumbramento com a promoção acaba, a autoconfiança exagerada persiste ao longo da carreira. De acordo com a pesquisa, apenas 15% dos profissionais admitem que têm pontos fracos e que precisam se desenvolver em algumas áreas.

Por outro lado, apenas 32% deles afirmam que são bons na hora de delegar tarefas. “Esses profissionais têm uma visão distorcida deles mesmos”, afirma a consultora. “Por não se conhecer bem, consideram-se como super homens e acabam acreditando que um trabalho não sairá bem feito se não tiver o toque de Midas deles”.

Os profissionais também são fracos ao conquistar comprometimento da equipe: apenas 33% avaliam que são fortes nessa área. “Eu só ganho comprometimento se dou exemplo”, diz a consultora. Agora, uma vez que boa parte desses líderes não estão preocupados com a solução de suas próprias fraquezas, é quase impossível estimular o desenvolvimento dos subordinados.

Se, para a equipe e para a corporação, as consequências dessa postura são alarmantes no médio e curto prazo, para a carreira do gestor, elas são ainda piores. Segundo a consultora, profissionais que não conhecem seus pontos fracos e que são extremamente autoconfiantes, não conseguem se sustentar no poder. “Essas pessoas não estão preparadas para o fracasso”, diz.

Por isso, o conselho é fazer uma avaliação crítica de seus métodos de trabalho mesmo quando você e sua equipe estão alcançando todas as metas. Segundo a especialista, o resultado é um bom indicador. Mas é preciso checar qual o custo dessa conquista e se ela irá se sustentar ao longo do tempo. “Quanto mais ciente de quais pontos precisa desenvolver na sua carreira, melhor profissional você será”.

Acompanhe tudo sobre:carreira-e-salariosChefesComportamento

Mais de Carreira

AstraZeneca abre 47 vagas de estágio e jovem aprendiz. Saiba mais sobre os benefícios e requisitos

Ele é júnior com salário de sênior: veja quem é o profissional que as empresas brigam para ter

Estas são as três profissões mais valiosas até o final da década; veja se a sua está na lista

Como usar a gamificação para transformar o engajamento da sua equipe