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Profissionais colocam qualidade de vida acima do salário, diz estudo

Pela primeira vez, pesquisa aponta equilíbrio no topo das prioridades de profissionais de diferentes idades

Trabalhadores mais velhos também valorizam equilíbrio, embora mantenham maior peso para remuneração (Natalya Kosarevich/Getty Images)

Trabalhadores mais velhos também valorizam equilíbrio, embora mantenham maior peso para remuneração (Natalya Kosarevich/Getty Images)

Publicado em 25 de novembro de 2025 às 06h13.

A relação entre trabalhadores e empresas nos Estados Unidos passa por uma mudança estrutural. Pela primeira vez em mais de duas décadas, profissionais afirmam valorizar mais o equilíbrio entre vida pessoal e profissional do que salários elevados. A conclusão é do Workmonitor 2025 e divulgada pela revista Fortune.

O levantamento mostra que 83% dos entrevistados consideram o equilíbrio a principal condição para permanecer ou aceitar um emprego, índice equivalente ao da segurança no trabalho. A remuneração aparece em terceiro lugar, com 82%, marcando a primeira vez em que o salário deixa de liderar o ranking de prioridades.

Geração Z lidera mudança

A preferência por equilíbrio é mais forte entre trabalhadores mais jovens. Na Geração Z, 74% consideram esse fator mais importante do que a remuneração. Apenas 68% colocam o salário no topo. Saúde mental também aparece em destaque: 70% dos jovens avaliam esse aspecto como essencial.

Com isso, o relatório mostra que 40% dos profissionais da Geração Z e dos millennials aceitariam reduzir a remuneração em troca de trabalho híbrido ou remoto. A tendência se conecta ao chamado “minimalismo de carreira”, no qual jovens priorizam energia e tempo para projetos pessoais.

Trabalhadores mais velhos também valorizam equilíbrio, embora mantenham maior peso para remuneração. Entre os baby boomers, 85% apontam o equilíbrio como relevante, e 87% ainda veem o salário como fator determinante.

Flexibilidade e produtividade

Embora o desejo por flexibilidade seja amplamente compartilhado, líderes empresariais divergem sobre sua viabilidade em ambientes competitivos. Alguns executivos defendem limites claros — caso de Marc Randolph, cofundador da Netflix, que estabeleceu a rotina de encerrar o expediente mais cedo às terças-feiras ao longo de sua carreira.

Outros executivos também incentivam práticas sustentáveis. O CEO do JPMorgan, Jamie Dimon, afirma que bem-estar mental e vida pessoal equilibrada são fundamentais para garantir o desempenho profissional. Ele orienta jovens profissionais a cuidar de saúde, relações pessoais e descanso.

No entanto, parte do setor corporativo rejeita a ideia de equilíbrio como prioridade. Sergey Brin, do Google, e Lucy Guo, da Scale AI, já criticaram publicamente rotinas tradicionais de 9h às 17h. Andrew Feldman, da fabricante de chips de IA Cerebras, afirmou que é irreal buscar alto desempenho com jornadas reduzidas.

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