remédios, medicamentos, indústria farmacêutica (André Valentim/INFO Exame)
Talita Abrantes
Publicado em 14 de março de 2011 às 16h06.
Última atualização em 18 de outubro de 2016 às 11h52.
São Paulo – Das primeiras fórmulas até chegar às prateleiras, a produção de um medicamento pode levar até quinze anos. Desses, cerca de sete são destinados apenas à pesquisa clínica – quando o remédio é testado em seres humanos.
Essa é uma das etapas decisivas para que o produto seja aprovado pelos órgãos regulatórios do setor, como a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). E, por isso, o setor precisa de profissionais especializados em estudos clínicos, com destaque para os farmacêuticos.
Nessa fase, os farmacêuticos podem se dividir em atividades que vão desde o gerenciamento de detalhes do estudo, como o perfil do paciente que receberá cada dose do medicamento, até checar se as etapas da pesquisa estão dentro dos padrões exigidos.
“A partir da lei de patentes e da resolução 196 do Conselho Nacional de Saúde, a indústria farmacêutica mundial passou a conceber o Brasil como um ambiente viável para a produção de medicamentos, incluindo a etapa de testes clínicos”, afirma Dagoberto Brandão, coordenador do curso de pós-graduação em pesquisa clínica da Oswaldo Cruz e presidente da PHC Pharma Consulting.
Mas a legislação não foi o único atrativo. De acordo com Lenio Alvarenga, diretor associado de operações clínicas da Pfizer, as características da população brasileira também contribuíram para o cenário. “A diversidade genética dos brasileiros possibilita que as pesquisas clínicas feitas aqui sejam aplicadas para outros países”, diz.
Para atuar nessa área, além de formação em uma graduação da área de saúde, o profissional precisa ter domínio sobre a língua inglesa e pós-graduação na área. “O estágio no setor também conta muito”, diz Alvarenga, da Pfizer.