Mesmo com o esforço do governo federal para reduzir a oferta dos cursos a distância, os números comprovam que há um grande potencial para crescimento no segmento (Mikhail Popov/Stock Exchange)
Da Redação
Publicado em 24 de abril de 2013 às 15h09.
Sorocaba (SP) - A procura por curso superior a distância na maioria das regiões do interior de São Paulo teve um aumento expressivo entre 2010 e 2011, indica levantamento divulgado nesta quarta-feira pelo Sindicato das Entidades Mantenedoras de Estabelecimentos de Ensino Superior no Estado (Semesp).
Na rede privada da região de Bauru, o crescimento foi de 32%, seguida por Marília (21,3%) e Ribeirão Preto (17,2%).
As regiões de Campinas (17,1%), Sorocaba (10,5%) e Presidente Prudente (8,6%) também tiveram aumento em matrículas superior à média do Estado, incluindo a capital paulista, de 5,2% no mesmo período.
A título de comparação, o aumento de matrículas nos cursos presenciais no Estado no mesmo período foi de 3,8%. O levantamento nas regiões de São José do Rio Preto e de São José dos Campos ainda não foi concluído.
De acordo com o diretor executivo do Semesp, Rodrigo Capelato, mesmo com o esforço do governo federal para reduzir a oferta dos cursos a distância, os números comprovam que há um grande potencial para crescimento no segmento. Pedagogia, administração, gestão de pessoal e logística estão entre os cursos mais procurados. "A maior procura pelos cursos a distância está na faixa etária dos 30 aos 34 anos e quase o dobro das matrículas é feita por mulheres", detalhou.
Cidadãos que não tiveram a oportunidade de fazer um curso superior após concluir o ensino médio buscam agora a formação para enriquecer o currículo e optam pelo ensino a distância em razão do trabalho e do deslocamento. É o caso da secretária Silvana Godinho, de 34 anos, de Cesário Lange, que se matriculou no curso de administração de uma faculdade de Sorocaba, a 75 quilômetros. "Faço tudo pela internet e só vou até a escola aos sábados", disse.
Segundo Capelato, a maior dificuldade do curso a distância é a alta evasão. Em 2011, a média de alunos que deixaram o curso por retenção ou abandono chegou a 50% no Estado - nas regiões metropolitanas de São Paulo e de Campinas foi ainda maior, de 51,9% e 52,5%, respectivamente. Nos cursos presenciais, a média no Estado foi de 35,5%. "Esse fenômeno é global, não só no Brasil, mas no mundo. É preciso repensar essa questão da retenção com cuidado", disse.