Para fidelizar profissionais, consultorias de recrutamento dão mais importância para o tratamento dado aos candidatos. (Dreamstime)
Camila Pati
Publicado em 14 de junho de 2013 às 20h33.
São Paulo – Pesquisa realizada pela consultoria Fellipelli com mais de 2,6 mil profissionais indica que mais de 40% pretendem mudar de emprego ainda este ano motivados pela busca de salários mais altos, plano de carreira, flexibilidade de horário e chefes melhores.
E, de acordo com Sérgio Sabino, diretor para a América Latina do PageGroup, o momento é mesmo excelente para os candidatos a oportunidades profissionais, tendo em vista as recentes mudanças na maneira de se recrutar no Brasil. “O mercado de recrutamento está mais dinâmico comercialmente, a quantidade de empresas que oferecem este tipo de serviço cresceu”, diz.
Com mais opções de empresas, a fidelidade dos departamentos de Recursos Humanos às consultorias de recrutamento caiu. A tendência agora, explica Sabino, é as consultorias ganharem a confiança dos profissionais e não mais tanto das empresas contratantes.
Ou seja, o olhar dos headhunters está voltado para os candidatos. Confira quais as vantagens desta mudança de ponto de vista de quem está de olho do mercado para mudar de emprego:
1 Mais opções para enviar currículo
Se antes os executivos em busca de uma nova oportunidade profissional recorriam às poucas consultorias de recrutamento existentes, atualmente, as opções saltam aos olhos dos profissionais. “Antigamente eram duas empresas, hoje ele tem 12 opções de empresas para mandar currículo”, diz Sabino.
Embora muitas vagas possam não ser exclusivas das consultorias, quanto mais consultorias de recrutamento, mais chances de encontrar a oportunidade que mais se encaixa ao seu perfil.
2 Bons profissionais são “disputados”
O mercado de recrutamento sorri para os executivos mais talentosos. Na tentativa de fidelizar profissionais, empresas tem dado mais importância para o tratamento dado aos candidatos.
“Se o candidato confia mais em mim, vou conhecer a intenção dele em se movimentar antes do que outras consultorias, entrevistar ele primeiro e sair na frente na hora apresentar ele ao mercado”, diz Sabino.
3 A relação está mais customizada
A relação headhunter-candidato mudou. Aquela figura do headhunter “todo poderoso”, no pedestal, que olha para o candidato como se estivesse fazendo um favor a ele está com os dias contados. A falta de feedback sobre a aprovação ou não também tende a acabar ou, pelo menos, tornar-se muito mais rara do que é hoje.
“A gente trabalha para reduzir o nível de frustração, tentando comunicar melhor e treinando os consultores”, diz Sabino explicando que, se a empresas contratantes não apostam em contratos de exclusividade com as consultorias, o candidato agora é encarado como cliente.
Com, isso os profissionais têm mais poder de barganha e não precisam se sujeitar a tantas exigências, como era comum antigamente. “Eles pode ditar os rumos dos processos de seleção, podem opinar mais”, diz Sabino.