São Paulo - Ao se deparar com uma nova pesquisa de faixa salarial, muitos profissionais de TI podem ficar desanimados por não ganharem a mesma remuneração indicada para seus cargos. Outros podem achar que os estudos não foram feitos no país e que não condizem com a realidade do mercado.
Para esclarecer por que há tanta disparidade entre os salários desses profissionais, a INFO conversou com o diretor do centro de treinamento em nuvem CloudCampus, José Carlos Vitorino.
Em uma pesquisa realizada pela própria CloudCampus – usando como base de dados alunos, profissionais e clientes do ramo da tecnologia – foram analisadas as faixas de remunerações máximas e mínimas de webmasters a CIO (Chief Information Officer) e diretores de TI das empresas, sendo que o cargo de CIO chega a sofrer variação de 10 mil até 55 mil reais.
Vitorino explica que essa grande diferença entre os salários depende de vários fatores como segmento de atuação e localização geográfica de cada empresa.
“Um CIO que trabalha em uma empresa onde o core business é tecnologia da informação pode receber na faixa de 55 a 60 mil reais, valor bem acima de empresas que não são do ramo” diz.
Segundo o executivo, até mesmo pesquisas sobre o mesmo assunto feitas por diferentes empresas trazem dados díspares. Isso acontece porque cada órgão usa uma metodologia para aplicar e apurar as experiências realizadas – além de cada um deles lidar com uma amostragem diferente, podendo ser de grandes, médias ou pequenas empresas ou até de regiões diferentes.
Para se ter uma ideia sobre essa diferença entre as pesquisas, o guia salarial feito pela consultoria de recrutamento Robert Half aponta que o salário de um gerente de TI em companhia de grande porte tem salário na faixa de 15 a 30 mil reais, um limite que quase dobra os 17,5 mil informados como remuneração máxima nos resultados da CloudCampus.
No entanto, nos dois estudos os CIOs tem remuneração de até 55 mil reais.
Vitorino ainda fala que antes de comparar apenas os cargos, é preciso analisar o currículo de cada profissional. Um indivíduo que frequentou uma boa universidade, tem vários certificados e títulos exigidos no mercado e boa vivência profissional tem condições suficientes de alcançar um cargo de CIO com salário acima de 50 mil.
“Muitas vezes o profissional é jovem, nem possui graduação, e acha que aquilo que é publicado numa revista ou em qualquer outro meio de comunicação é o mundo real. Tudo depende muito da formação da pessoa.”
Nada de pedir demissão e nem de mudar de profissão!
Felizmente, o atual mercado de trabalho em TI apresenta demanda crescente por profissionais, gerando remunerações bem competitivas. A gerente das divisões de Engenharia e Tecnologia da Robert Half, Renata Blak, destaca as oportunidades em internet, onde ainda existe muito espaço para novos modelos de negócio.
“Também há um volume crescente de demanda na indústria de serviços financeiros, que depende cada vez mais de tecnologia para garantir serviços com alta disponibilidade e precisão”, diz.
José Carlos Vitorino ainda recomenda que os jovens profissionais da área priorizem a boa formação e busquem certificações que estejam de acordo com a área que desejam seguir carreira.
Segundo ele, pessoas com certificações de qualidade podem ser valorizadas em até 30% no mercado de trabalho.
Além disso, Renata Blak também lembra que em tecnologia as empresas buscam profissionais que tenham foco no cliente e em resultados, proatividade, autonomia e conhecimento do negócio. Colaborou: Vanessa Daraya.
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1. Expectativa superada
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1/8 (Carl Dwyer/SXC)
São Paulo – O ano começou com mais
oportunidades profissionais do que esperavam os recrutadores. “Estava todo mundo receoso com um ano de Copa do Mundo e eleições, mas a entrada de vagas em janeiro foi grande”, diz Roberto Picino, diretor da Page Personel. Segundo ele, a busca por eficiência turbinou a demanda por alguns cargos específicos nas empresas. “O
mercado de trabalho está mais qualitativo do quantitativo e as posições de maior demanda estão ligadas a otimização de processos, qualidade e aumento de vendas”, diz Picino. Levantamento da Page Personel indica quais são os sete profissionais mais procurados. A tendência vale para todo o ano:
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2. 1. Analista Fiscal
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2/8 (Vangelis Thomaidis/ Stock.XCHNG)
Por que está em alta: faltam profissionais com idiomas e bem preparados tecnicamente. A tendência é inflacionar os salários entre 10% e 20%. A busca é maior por profissionais de nível pleno e sênior, de acordo com Picino. “Mas para quem ainda é júnior e tiver oportunidade de ingressar o momento é bom porque o tempo até chegar ao nível sênior será mais curto”, diz Picino. Salário médio: R$ 3,3 mil (júnior), R$ 4,6 mil (pleno) e R$ 7,2 mil (sênior). Aumento da demanda: 10% a 20%
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3. 2. Analista de Logística
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3/8 (Germano Lüders/EXAME.com)
Por que está em alta: Precisa-se de profissionais para atuar em projetos de malha logística e eficiência em armazenagem e distribuição. É uma área mais operacional para quem tem perfil mão na massa, de acordo com Picino. “Há mais espaço para profissionais de nível júnior”, explica. Destacam-se candidatos com habilidade analítica e conhecimento da cadeia e processos logísticos. Engenheiros vão se dar bem nesta área. Aumento salarial na casa dos 20%.
Salário médio: R$ 4 mil (júnior), R$5,2 mil (pleno) e R$ 7 mil (sênior).
Aumento da demanda: 15% a 20%
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4. 3. Programador/desenvolvedor
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4/8 (Wikimedia Commons)
Por que está em alta: desenvolvedores de linguagens Open Source (como Java e PHP) estão sendo bastante procurados. Mas, há também boa perspectiva para os desenvolvedores de linguagens non Open Source (NET, ABAP e PL/SQL), as linguagens de programação licenciadas. Porém, grandes empresas (Microsoft, SAP e Oracle) têm pacotes de benefícios mais robustos, dando ao gestor de TI mais possibilidades de crescimento em todo seu parque tecnológico. Salário médio: R$ 3 mil (júnior), R$5 mil (pleno) e R$ 7,5 (sênior). Aumento da demanda: 20% a 30%
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5. 4. Executivo de Vendas Hunter (TI)
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5/8 (Getty Images)
Por que está em alta: as empresas de TI querem aceleram vendas. Por isso a procura é por profissionais mais experientes com rede de contatos e carteira de clientes. “São vendas mais consultivas por isso a demanda é quem já tem conhecimento da indústria. Tem que trazer vivência e comprovar experiência com histórico de resultados”, diz Picino. Salário médio: R$ 4 mil (júnior), R$ 6 mil (pleno) e R$ 8 mil (sênior). Aumento da demanda: 15% a 40%
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6. 6. Analista de marketing on-line (digital):
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6/8 (Foto/Getty Images)
Por que está em alta: “Dentre as áreas de marketing, a parte digital é a mais relevante conta do aumento no volume de negócios”, diz Picino. Cargos que não existiam anos atrás passaram a ter destaque no momento em que as empresas estão usando redes sociais, sites, e-commerce, blogs como canais de comunicação estratégicos. Saltam aos olhos dos recrutadores os profissionais capazes de analisar indicadores e métricas para direcionar a tomada de decisão. Salário médio: de R$ 4,5 mil a R$ 6 mil Aumento da demanda: 15% a 25%
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7. 7. Business Partner
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7/8 (Creative Commons/Flickr/ Lars Plougman)
Por que está em alta: A busca por mais eficiência dá destaque a este profissional da área de RH e com forte interface e especialização em uma área de negócio da empresa. “É uma pessoa com formação em RH e que conhece bem uma área de negócio e faz essa ponte. Sabe quantas pessoas tem, qual a necessidade de profissionais e de treinamentos”, explica Picino. Por conta da especificidade do cargo, a necessidade de experiência é imperativa.
Salário médio: R$ 7 mil
Aumento da demanda por esse profissional: 10%
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8. Agora, confira profissões em que a experiência é a grande escola
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8/8 (Getty Images)