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Por que ajudar os outros pode impulsionar sua carreira

Doar-se para uma causa vai além da solidariedade e cidadania: também pode ser bom para a sua vida profissional


	Trabalho voluntário: o voluntariado ajuda a desenvolver competências que são valiosas para a vida profissional
 (mangostock / Thinkstock)

Trabalho voluntário: o voluntariado ajuda a desenvolver competências que são valiosas para a vida profissional (mangostock / Thinkstock)

Luísa Granato

Luísa Granato

Publicado em 29 de agosto de 2016 às 16h27.

São Paulo - Já pensou em fazer um trabalho voluntário? Se a resposta for não ou que falta tempo para isso, é melhor pensar de novo. Doar-se para uma causa vai além da solidariedade e cidadania: também pode ser bom para a sua vida profissional.

Para Rafael Tenca, engenheiro de qualidade da Bosch, dar aulas para jovens das comunidades do entorno da fábrica em que ele trabalha foi uma oportunidade para desenvolver sua empatia. Da sala de aula para o cotidiano do trabalho, Rafael também percebeu que aprendeu com seus alunos a se comunicar melhor.

“Logo notei que o trabalho ia muito além de dar aulas. Como educador, tinha uma relação mais pessoal com os jovens e com os outros funcionários”, diz.

Há seis anos, Tenca faz parte do projeto Formare (Fundação Iochpe), um programa educativo de voluntariado em parceria com grandes empresas. Nele, os funcionários ensinam turmas de cerca de 20 jovens, que têm a chance de vivenciar a rotina da companhia por um ano.

“Todo mundo ganha com o trabalho voluntário”, diz Beth Callia, coordenadora do Formare. “Muitos funcionários falam que ganham mais do que oferecem para os alunos”.

Como relata Tenca, o voluntariado ajuda a desenvolver competências que são valiosas para a vida profissional. Não só melhora a comunicação, mas o relacionamento e cooperação entre funcionários de diferentes áreas.

“As aulas também dão valor ao conhecimento do funcionário, que é reconhecido pelos alunos e colegas”, diz a coordenadora do Formare (Fundação Iochpe).

Força para o bem

Trabalhar em uma empresa aliada a uma causa foi o que encantou Tiago Brito, gerente de loja da C&A. Ele já havia participado de um programa de voluntariado e logo que entrou na C&A, procurou por uma oportunidade.

O Instituto C&A, braço social da empresa, deixa nas mãos dos funcionários a escolha da organização que querem ajudar perto da loja em que trabalham. Eles planejam ações e campanhas com crianças em torno do tema da sustentabilidade, falando de forma lúdica sobre coleta seletiva, consumo consciente e proteção do meio ambiente. “Foi a causa que me ganhou”, diz Brito. “Afinal, as crianças são o futuro”.

Da primeira loja que foi gerente, em Maceió (AL), ele relembra o trabalho que acompanhou numa escola. “Aprendi na comunidade o que não dava para aprender em um mês na loja”, conta.

Ele e outros funcionários da C&A organizaram bazares que ajudaram a reformar a cozinha do local, construir um segundo andar e uma biblioteca. Sair da rotina também ajuda a encontrar soluções mais criativas para problemas, de acordo com Brito.

“O voluntariado gera orgulho de pertencer à empresa e defender uma causa”, explica Daniela Pavan, coordenadora do Instituto C&A. “Traz para a empresa valores da comunidade e leva para a rua os nossos valores”.

Quer começar?

Ter uma chance como a de Brito e Tenca de fazer a sua parte pode ser mais fácil do que parece. Pelo menos essa é a proposta do site Atados, que simplifica o contato entre voluntários e ONGs.

A plataforma gratuita possui vagas de mais de 800 organizações e ajuda a encontrar oportunidades com o perfil do usuário. A pesquisa pode ser feita pela causa, habilidade ou região de interesse.

Para André Cervi, responsável pelos projetos de voluntariado empresarial do Atados, os benefícios são diversos: “Se colocar no lugar do outro faz das pessoas melhores líderes e mudar de ambiente no trabalho aumenta a capacidade de inovar. E a pessoa ainda pode descobrir novas habilidades”.

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