Em meio à perspectiva de recessão para o próximo ano e de mais ondas de demissão em empresas de tecnologia, o poder de barganha dos profissionais poderá sumir — e, com ele, o home office (Alistair Berg/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 9 de novembro de 2022 às 16h35.
Por Diego Cidade, fundador da Academia do Universitário
Com o grande avanço da vacinação ao longo do ano, muitas empresas retornaram à realidade do trabalho totalmente presencial, mesmo as que haviam se adaptado à dinâmica do home office, contrariando a vontade de muitos colaboradores.
Em pesquisa realizada pela Deloitte em 2022, com pessoas da Geração Y e Z, 75% responderam que preferem um modelo de trabalho híbrido ou remoto.
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No entanto, essa porcentagem é significativamente maior do que a proporção que atualmente é capaz de fazê-lo - apenas 49% da geração Z e 45% da geração Y dizem que têm a opção de trabalhar remotamente em pelo menos parte do tempo.
De acordo com relatório da Citrix Systems, revela contraste entre interesses dos colaboradores e líderes, quase 60% dos líderes empresariais acreditam que os trabalhadores mais jovens querem passar a maior parte ou todo o seu tempo em um escritório.
É importante levar em consideração que essas gerações gostariam que suas organizações oferecessem horários de trabalho flexíveis e semanas de trabalho potencialmente reduzidas, pois enxergam o trabalho flexível como uma estratégia importante para permitir um melhor equilíbrio entre vida profissional e pessoal.
Cada organização deve analisar a melhor forma de funcionamento interno, sempre mediando o lado empresa e funcionário. A empresa não deve jamais ir contra o seu colaborador, por isso o RH tem um papel fundamental em entender melhores estratégias e processos para essa adaptação.
Na Academia do Universitário, utilizamos o modelo híbrido, sendo que, algumas equipes têm a necessidade de estarem mais presentes do que outras, variando de acordo com as demandas. Os colaboradores mais frequentes têm a flexibilidade de escolher um dia na semana para comparecer ao escritório, o intuito do dia presencial é promover a aproximação e entrosamento principalmente dos membros de um time específico.
Em relação ao modelo híbrido, mais da metade dos entrevistados prefere um modelo de trabalho híbrido, no qual pode trabalhar em casa a maior parte ou o tempo todo, enquanto 18% deseja um modelo híbrido no qual trabalha mais no escritório. Mais de 20% querem uma divisão equilibrada entre trabalhar em casa e trabalhar em um escritório. Apenas 10% querem trabalhar em tempo integral em um escritório.
Na procura por emprego, de acordo com dados liberados pelo LinkedIn, o desejo por trabalho remoto está aparecendo nos dados de busca de emprego, com 65% das buscas globais de emprego com foco em empregos remotos.
Em dados liberados pela Academia do Universitário, mais de 80% das vagas de estágio ofertadas pelas empresas que trabalham com a startup em 2022, são no modelo híbrido, incluindo desde pequenas empresas e multinacionais.
Essa questão do modelo de trabalho ideal ainda estará em pauta por algum tempo, até que as organizações e colaboradores entrem em consenso.
Até grandes empresas como a Apple enfrentaram dificuldades em relação a estabelecer um acordo com seus funcionários, a empresa determinou a volta do trabalho presencial três vezes na semana, entretanto, em pesquisa interna informal feita pela mesma, 36,7% dos funcionários disseram que deixariam a companhia devido à ausência de flexibilidade.
E na sua empresa, já encontrou o equilíbrio ideal que atenda as demandas dos colaboradores e da organização?