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Pernas pra que te quero

Especialista explica por que correr é o esporte perfeito para quem trabalha muito

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 30 de julho de 2013 às 11h12.

São Paulo - Há 15 anos, o carioca Mário Sérgio Silva, ex-técnico de natação, trocou a beirada da piscina pelos parques e ruas, onde acompanha seus alunos que correm, pedalam ou caminham.

À frente de uma das maiores assessorias esportivas do país, a Run&Fun, de São Paulo, Mário Sérgio enumera as vantagens da corrida como a atividade física mais conveniente para quem trabalha: você pode correr em qualquer lugar, basta ter tênis, roupa apropriada e um relógio; você não depende de ninguém para praticar, como futebol. Por isso, fica fácil de encaixar no dia a dia de qualquer profissional.

Quais os são os principais benefícios da corrida? Assim como outras atividades aeróbicas, a resposta cardiovascular é fantástica. Quem tem problema com a balança vai queimar o excesso mais rapidamente.

O corredor percebe, em poucos meses de prática, uma melhora do fôlego, uma maior disposição para realizar outras atividades, inclusive no trabalho. Vai dormir melhor e se alimentar de forma mais saudável também. Sem falar que, durante a corrida, o corpo produz uma série de substâncias, como endorfina e serotonina, responsáveis pela sensação de bem-estar.

Aquele problemão que não saía da cabeça parece muito menor no fim do treino. Enquanto corre, dá para organizar as ideias e achar soluções que muitas vezes pareciam não existir diante de um computador, por exemplo.

E como fazer para encaixar a corrida na vida de um workaholic? Para começar qualquer atividade física, não adianta exagerar na dedicação. Sair do zero para seis dias de treino só vai causar frustração. Com a decepção, a tendência é a pessoa voltar à estaca zero.

Se conseguir fazer três dias da semana, já está ótimo. Com essa frequência o corredor nota as reações positivas do corpo em poucas semanas. Faz parte do papel do técnico — até por isso a importância de se procurar uma orientação profissional — ajudar a pessoa a criar objetivos, seja uma prova, seja perder peso, e acompanhar essa rotina de perto, ajustando os treinos ao ritmo de vida.


Mas esse profissional não projeta o ritmo acelerado do trabalho na corrida? Ele tem que entender que o corpo não responde de imediato. A pessoa precisa controlar a ansiedade, até por isso a definição de objetivos a médio e longo prazos ajuda muito. Antes de começar a correr, ele deve priorizar o que é importante.

Se encarar a vida como uma prova de 100 metros, ela vai ser curta mesmo. Doenças, frustração e lesões vão impedir que você viva bem. Considere a vida como uma ultramaratona. Se cuidar dos aspectos emocionais, físicos e intelectuais de forma equilibrada, vai chegar muito mais longe.

Estímulo vem do empregador

É cada vez maior o número de empresas que decidem dar uma mãozinha para seus funcionários largarem a vida sedentária. “Essa mudança de hábito não acontece da noite para o dia. Algumas empresas, conscientes disso, estimulam a prática esportiva por meio de programas de qualidade de vida”, afirma Mário Sérgio.

A SulAmérica Seguros é um desses casos. O programa Atletas SulAmérica, implantado há cinco anos no Rio de Janeiro, já se expandiu para outras quatro capitais em que a companhia atua. “Além da redução com gastos de saúde, essa motivação contamina de forma positiva o ambiente de trabalho.


Os funcionários reconhecem a oportunidade dada pela empresa e trabalham de forma mais produtiva”, diz Maria Helena Monteiro, vice-presidente de RH da SulAmérica. O programa conta com treinos coletivos e a cada três meses os participantes fazem uma reavaliação para saber como estão evoluindo.

“O esforço e dedicação acontecem da mesma forma na vida profissional. O contato com novos colegas nos treinos em grupo estreita também as relações interpessoais dentro da empresa.”

Devagar com o andor 

A dose exagerada de trabalho faz o corpo chiar. Mas ele também vai reclamar se você transferir essa sobrecarga para uma atividade física. 

“Um profissional obstinado por performance leva essa característica do universo corporativo para o esporte e se machuca, mesmo que tenha orientação técnica adequada. Isso só gera frustração e irritabilidade”, diz o fisioterapeuta Alexandre Ferrari, especialista em fisiologia do esporte pela Unifesp.

Um executivo mais tranquilo tende a se lesionar menos, pois respeita mais os sinais que o corpo dá. “Mas em qualquer um dos casos, quando a lesão aparece, a pessoa não pode atropelar as fases de recuperação”, diz Alexandre.

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