(Katleho Seisa/Getty Images)
Luísa Granato
Publicado em 16 de março de 2021 às 16h35.
Última atualização em 16 de março de 2021 às 21h02.
Em nossa Língua Portuguesa, existem diversos verbos com dois particípios, como é o caso de "suspender": suspendido e suspenso. São os chamados verbos abundantes, com o uso em obediência a um princípio.
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Usa-se o particípio regular (finalizado em -ado, -ido) com os verbos "ter" e "haver":
"O prefeito tem suspendido vários projetos úteis."
"Eles haviam suspendido a reforma."
Já o particípio irregular (forma mais curta e de terminação variável) é usado com os verbos "ser" e "estar":
"Os projetos estão suspensos neste período."
"Os jornalistas foram suspensos pelo sindicato."
Acrescenta o gramático Napoleão Mendes:
Um particípio pode estar exercendo função predicativa sem que venha expresso no período o verbo de ligação, o que se dá com o predicativo do sujeito e com o predicativo do objeto: "Suspenso pelo diretor, ele pediu transferência."
Devido ao uso, o verbo “pegar” acabou se tornando, no Brasil, abundante. Reforço que deve ser observado o verbo auxiliar (como exposto mais acima):
“A Polícia tinha pegado prova contra o traficante.”
ou
“Prova contra o traficante foi pega (é ou ê) pela Polícia.”
Etimologicamente, o particípio irregular “pego” não possui lógica. As formas verbais “secado” e “seco”, por exemplo, advêm do Latim “siccare” e “sicus” respectivamente. Para o verbo “pegar”, o Latim registra apenas “picare - pegado”, e nunca “picus - pego”.
Apesar dessa falta de lógica, "pego" é usado e existente nestas terras machadianas.
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DIOGO ARRAIS
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Autor Gramatical pela Editora Saraiva
Professor de Língua Portuguesa
Fundador do ARRAIS CURSOS