Carreira

Para estar entre os melhores executivos, os melhores MBAs

Não existe atalho para o topo: MBA Executivo bom tem de ser difícil de entrar e de sair

Sala da FGV, em São Paulo: principais escolas brasileiras têm processo de seleção rigoroso (Alexandre Battibugli/EXAME.com)

Sala da FGV, em São Paulo: principais escolas brasileiras têm processo de seleção rigoroso (Alexandre Battibugli/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 26 de março de 2013 às 19h06.

São Paulo - No Brasil, o MBA Executivo é o programa que mais se aproxima dos cursos de MBA existentes no exterior. Ele tem por objetivo formar, com uma visão generalista, os principais líderes de uma empresa.

O curso é destinado a profissionais que já têm bagagem gerencial, normalmente acima dos 30 anos, que estejam em busca de troca de experiências, reforço de determinadas habilidades gerenciais e atualização das melhores práticas do mercado.

Hoje, com o dólar em um nível abaixo de 2 reais, os melhores cursos oferecidos no país disputam os melhores executivos brasileiros com programas europeus e americanos. Escolas de negócios de países como China e Rússia também começam timidamente a atrair profissionais brasileiros, principalmente os que estão em busca de uma experiência diferente.

“Quem estuda fora terá vantagem no futuro, mas não são todos que têm condições. O melhor negócio para um gestor brasileiro é fazer um MBA part time numa escola de ponta”, diz John Schulz, presidente da BBS Business School, de São Paulo. 

O certificado emitido por uma escola de renome internacional tem muito mais peso no currículo do que um similar brasileiro — e o investimento também é consideravelmente maior. A grande verdade é que os cursos top internacionais ainda ganham em termos de qualidade dos concorrentes nacionais.

Porém, há vantagens do MBA Executivo brasileiro sobre os programas internacionais: além do preço, aqui ele é mais rápido e o aluno conta com a possibilidade de não interromper temporariamente a carreira para dedicar-se aos estudos, algo que muitas escolas estrangeiras exigem.

Mesmo nos cursos que não demandam dedicação integral e em que é possível conciliar o trabalho com viagens periódicas ao exterior, fazer um MBA Executivo no Brasil é interessante por vários motivos, seja em termos de deslocamento, seja pela complementação no currículo.

“No fundo, o MBA se transformou em um pré-requisito [para posições de liderança] nas empresas. Ele não faz você ganhar a competição, mas possibilita entrar nela com chances”, diz Armando Dal Coletto, diretor acadêmico da Business School São Paulo (BSP). 

Mesmo entre os melhores MBAs Executivos brasileiros é comum encontrar queixas de alunos quanto a sua qualidade. Por isso, para o profissional, a escolha de um programa deve ser baseada na excelência. Afinal, o candidato vai pagar caro e precisa ter retorno. A primeira coisa a fazer é pesquisar.

Vá até as principais instituições interessadas, marque reuniões para conhecer os programas. A escola tem a obrigação de fornecer informações sobre qualidade dos professores, conteúdo das aulas, perfil e qualificação geral dos alunos de turmas anteriores. Nas parcerias com instituições de ensino internacionais, o curso nacional deve explicar como o aluno pode ter acesso a elas e quanto isso irá custar a mais. 


Uma forma de fazer um bom negócio é verificar se a instituição pertence à Associação Nacional de MBA (Anamba), entidade que reúne algumas das principais escolas de negócios do Brasil e visa estabelecer padrões mínimos de qualidade para os cursos. Entre as exigências da Anamba, que devem servir de referência, está a de que o curso seja de administração e tenha carga horária mínima de 480 horas/aula, sendo 75% do tempo destinado a uma lista de 13 disciplinas técnicas, que incluem  temas como ética, sustentabilidade, finanças, economia e marketing. 

Outro critério fundamental é verificar se o programa de MBA brasileiro possui acreditação internacional de entidades como AACSB (Estados Unidos), Equis-EFMD (Bélgica) e Amba (Reino Unido), que têm um trabalho rigoroso de avaliação dos programas.

“É um diferencial porque, para ser acreditado, o curso tem de atender a uma série de critérios rígidos e é preciso investir muito em qualidade para conquistá-los”, diz Maria Tereza Fleury, diretora da Escola de Administração de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (Eaesp-FGV), que tem dois cursos acreditados.

De especialista a gestor

Formada em medicina, Marisa Sanvito, de 48 anos, é diretora executiva de operações da Quintiles, múlti farmacêutica, em São Paulo. Resolveu investir num MBA Executivo porque percebeu que havia espaço nas empresas para médicos com conhecimento em gestão. Em 2008 ela concluiu o curso da Fundação Dom Cabral, em Minas Gerais

“Não tive aumento de salário nem promoção; não era minha preocupação. Meu objetivo era ter a possibilidade de crescimento em gestão, e isso aconteceu”, diz Marisa.

Tão importante quanto o conteúdo e a certificação é entender como ocorre a seleção de candidatos para o curso. Para ser aprovado, o profissional deve passar por testes de habilidades lógicas, conhecimento de mercado, inglês e análise da experiência profissional. Podem haver outros critérios de filtro, com o objetivo de formar turmas coesas.

O Insper, de São Paulo, por exemplo, exige também adesão a um código de ética da escola e experiência mínima de cinco anos como gestor. Além disso, o aluno deverá passar por uma entrevista de admissão e ter o nome aprovado por um comitê. Em outras palavras: um programa de MBA Executivo bom deve ser difícil de entrar e difícil de sair.

Optar por caminhos mais fáceis pode ser o barato que sai caro no final. O profissional corre o risco de pagar muito e ter pouco retorno tanto em aprendizado quanto em reconhecimento do mercado.

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