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Para a Amazon, não há por que correr para adotar o home office definitivo

Empresa tem relatos de funcionários que dizem ser mais produtivos no escritório; decisão vai no caminho contrário de empresas de tecnologia, como Facebook

Centro de distribuição da Amazon nos Estados Unidos: empresa espera gastar no mínimo 4 bilhões de dólares em despesas relacionadas ao coronavírus (Bloomberg/Getty Images)

Centro de distribuição da Amazon nos Estados Unidos: empresa espera gastar no mínimo 4 bilhões de dólares em despesas relacionadas ao coronavírus (Bloomberg/Getty Images)

Victor Sena

Victor Sena

Publicado em 17 de novembro de 2020 às 11h38.

Última atualização em 17 de novembro de 2020 às 11h40.

Na Amazon, cuja sede fica em Seattle, nos Estados Unidos a volta gradual de funcionários aos escritórios têm se mostrado positiva, com relatos de melhora na produtividade.

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A empresa também percebeu que pessoas contratadas durante a pandemia, e que começaram a trabalhar em casa, tiveram mais dificuldades em se adaptar. Essas duas conclusões fizeram com que a empresa ficasse fora da lista das empresas de tecnologia que anunciaram o home office definitivo.

Em uma reunião interna, à qual o site Business Insider teve acesso às informações, a diretora de Recursos Humanos da companhia afirmou que a Amazon ainda está aprendendo o que funciona e o que não funciona.

Beth Galetti disse que ainda é muito cedo para a Amazon assumir compromissos de longo prazo com o trabalho remoto. Beth também apresentou relatos de funcionários dizem que é mais fácil trabalhar em questões complexas quando estão na presença um do outro.

Nos últimos meses da pandemia, outras gigantes de tecnologia anunciaram que adotariam home office definitivo, como o Facebook.

Na época, Mark Zuckerberg disse que a empresa começará a “implantar agressivamente a contratação remota”, esperando que cerca de metade de seus funcionários trabalhem remotamente dentro dos próximos cinco a 10 anos. Na Microsoft, o modelo deve ser híbrido. Enquanto isso, o Twitter e a Square disseram que todos os seus funcionários podem trabalhar remotamente para sempre.

A diretora de Recursos Humanos da Amazon destacou também na reunião relatada pela Business Insider que é preciso olhar caso a caso:

"Estamos aprendendo que há alguns tipos de trabalho que funcionam muito bem em um ambiente tranquilo e sem distrações. Para alguns de nós, essa é a nossa casa. Para alguns, definitivamente não é a nossa casa."

De acordo com os últimos dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 7,9 milhões de trabalhadores do país estavam em home office no mês de outubro. No Brasil, a população economicamente ativa é de cerca de 79 milhões de pessoas.

Um levantamento de comentários em redes sociais feito pela Orbit Data Science mostrou como a opinião do brasileiro sobre o home office ficou menos otimista ao longo da pandemia. A aprovação do home office caiu de 70 para 45% no meio da pandemia.

Apesar disso, outra pesquisa, desta vez da empresa Ticket, mostra que 44% dos trabalhadores não querem um retorno total às atividades e 28% dos participantes consideram mudar para outra cidade. Essa mudança para locais menores foi outra consequência do home office.

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