Home office: home office pode ser uma das causa de transtornos de ansiedade e de excesso de trabalho (Oleksandra Bezverkha/Getty Images)
Victor Sena
Publicado em 19 de dezembro de 2020 às 13h01.
Última atualização em 21 de dezembro de 2020 às 12h19.
Uma pesquisa realizada pelo instituto de pesquisa de mercado Ipsos com entrevistados dos países do G7 (Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido) mostra o alto impacto da crise do novo coronavírus no bem-estar feminino.
Segundo os resultados do levantamento, as mulheres têm sido mais afetadas por estresse, medo e um sentimento de desamparo do que os homens desde o início da pandemia.
Os participantes da pesquisa – de ambos os gêneros – identificaram, a partir de uma listagem, quais situações estavam vivenciando como consequência da covid-19. Entre as mulheres, 59% disseram estar com ansiedade, depressão e esgotamento.
Já entre os homens, foram 46%. Além disso, 73% das ouvidas afirmaram ter medo do futuro, contra 63% do sexo masculino.
Outra questão constatada pelo estudo foi a carga mental experienciada mais fortemente por mulheres: 46% acreditam estar fazendo mais do que outros por pessoas fragilizadas ao redor. Entre os homens, são 40%. Ademais, 46% das participantes do gênero feminino sentem que ninguém as ajuda; por outro lado, 39% no grupo masculino têm a mesma percepção.
Apesar de não ter ouvido mulheres no Brasil, empresas brasileiras têm registrado um aumento de doenças psiquiátricas no geral. 37% delas afirmam que houve aumento.
Outra pesquisa também mostra que cuidar da saúde mental entrou na lista de prioridades das pessoas. Grandes empresas como Ambev e Heineken têm fortalecido seus programas de saúde mental.
Apesar de ser reconhecido pelas suas vantagens, o home office pode ser uma das causa de transtornos de ansiedade e de excesso de trabalho. Um levantamento feito por uma empresa de dados verificou que os comentários das pessoas nas redes sociais foram menos favoráveis ao trabalho remoto conforme os meses passaram neste ano.
Autoestima também é mais afetada
De acordo com a pesquisa da Ipsos, 43% das pessoas do sexo feminino disseram que perderam a confiança em si em decorrência da pandemia de covid-19. Comparando com os homens, há uma diferença de 10 pontos percentuais: são 33%.
A questão da abdicação ao tempo para autocuidado também foi mencionada. 40% das mulheres afirmaram ter menos tempo para si próprias, contra 34% dos homens. Por fim, 49% das participantes relataram que não conseguem dedicar tempo suficiente para garantir que estão em boa saúde. Entre os homens, são 43%.
A pesquisa on-line foi realizada com 3500 entrevistados – 500 de cada país – Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido. Os dados foram colhidos entre os dias 17 e 31 de agosto de 2020.