São Paulo - Para muitos jovens, a perspectiva de ocupar a cadeira do chefe é motivo de grande ansiedade.
Atração pelo poder? Não é só isso. Para Jill Geisler, autora do livro “Como se tornar um ótimo chefe” (Editora Sextante), muitos sonham com a posição porque acreditam que ela será a sua chance de melhorar o mundo.
"A geração Y cresceu conectada a mídias que sempre mostraram histórias sobre heróis e a importância de causas para a sociedade”, afirma Jill, que é professora do Poynter Institute. "São pessoas ambiciosas, mas também idealistas".
Por isso, a pressa para chegar à liderança não é simplesmente uma “vontade de mandar”, mas também um interesse genuíno de transformar as empresas e o mundo - e o quanto antes, melhor.
Porém, esses objetivos grandiosos acabam se chocando com a realidade do trabalho. "Quando se depara com orçamentos, burocracia, e a própria natureza humana, que teme mudanças, o jovem percebe que ser chefe não é o trono mágico que ele imaginava", explica Jill.
O que é ser chefe?
A resposta, diz a professora, passa por uma discussão bastante antiga: a distinção conceitual entre gestor e líder.
O primeiro é aquele que contrata, treina, cobra, avalia e disciplina subordinados. Sua função também é controlar orçamentos e processos para garantir a qualidade de produtos e serviços. Essa é a ideia tradicional que se faz do chefe.
O líder, por outro lado, exerce um poder mais natural e informal. "Gestores são seguidos porque foram designados pela empresa; líderes são seguidos porque foram escolhidos pela equipe", afirma Jill. São pessoas que conquistam influência sobre as demais, sobretudo porque demonstram preocupação com o sucesso do grupo.
Chefes devem ser gestores e líderes ao mesmo tempo. "É a combinação que traz mais resultados para eles próprios e suas equipes", diz a especialista.
O que não é ser chefe?
Muita gente sonha com o comando, mas sequer sabe o que ele pressupõe. Para a professora, a falta de consciência sobre as “dores” da chefia é o sinal mais claro de que um profissional ainda não está pronto para a função.
O erro mais comum é acreditar que a posição implica muitos privilégios. Você acha que será mais livre do que os demais para controlar o seu tempo e a sua agenda? Ou que terá licença para escolher o que vai fazer? Melhor reavaliar suas ideias, recomenda Jill.
Também se equivoca - e talvez ainda esteja despreparado para a função - quem pensa na chefia como uma questão de poder ou autoridade.
Na verdade, diz a professora, trata-se de um difícil exercício de influência sobre outras pessoas. "Seu foco jamais estará nos produtos ou serviços, mas nos recursos humanos", afirma ela.
Outro sinal de imaturidade é acreditar que tudo dará certo se você contratar funcionários iguais a você. Segundo Jill, o sucesso advém justamente das diferenças - e depende da habilidade do chefe em explorá-las de forma produtiva.
Como se preparar para chegar lá
Ter uma visão menos ingênua do mundo da chefia é o primeiro passo no caminho para ela.
Muito pode ser aprendido pela observação atenta do dia a dia no trabalho. “Analise o comportamento das pessoas e se pergunte: ‘Que atitudes e escolhas levaram àquele resultado tão positivo?’”, aconselha Jill.
Da inteligência emocional à forma de fazer negócios, a ideia é desconstruir os bons exemplos à sua volta. “Aja como um estudante da sua profissão e do comportamento humano”, afirma.
Também vale fazer exercícios de imaginação. Se você fosse o chefe, como lidaria com as diferentes personalidades e temperamentos que existem no seu escritório? Como adaptaria sua comunicação e estilo de liderar no caso de cada funcionário?
Se for possível trazer algumas dessas reflexões para a prática, tanto melhor. "Procure se oferecer para cada vez mais responsabilidades, mesmo se as novas tarefas pareçam grandes e assustadoras”, recomenda a professora.
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1. Eles são terríveis...
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1/17 (Divulgação/Facebook/The Simpsons)
São Paulo - Você conhece algum Sr. Burns na vida real? De
chefes insanos, manipuladores e egocêntricos, nem a ficção está livre. Clique nas fotos para ver patrões que promovem o caos em
filmes,
séries e animações - e comemore o fato de que você não trabalha para nenhum deles.
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2. Gregory House, de "House"
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Inspirado em Sherlock Holmes, o personagem Gregory House (Hugh Laurie) é genial na resolução de enigmas sobre doenças. O problema é que ele também é um chefe narcisista, infantil, cínico, e grosseiro com seus funcionários. ("House", 2004-2012)
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3. Alonzo Harris, de "Dia de treinamento"
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Chefe do departamento de polícia de Los Angeles, Alonzo Harris (Denzel Washington) é um anti-exemplo para seu novo subordinado, Jake Hoyt (Ethan Hawk). Responsável pelo combate ao narcotráfico, Harris dá um treinamento de 24 horas ao novato, período em que revela seu caráter corrupto e manipulador. ("Training day", 2001)
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4. Miranda Priestly, de "O diabo veste Prada"
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4/17 (Divulgação/Facebook/The Devil Wears Prada)
Miranda Priestly (Meryl Streep) é a toda-poderosa editora de uma revista de moda em Nova York. Com sua personalidade implacável, ela cria constrangimentos e humilhações constantes para todos os seus subordinados, inclusive para Andy (Anne Hathaway), sua jovem e ingênua assistente. ("The devil wears Prada", 2006)
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5. Margaret Tate, de "A proposta"
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5/17 (Reprodução)
Sandra Bullock encarna Margaret Tate, uma executiva do mundo editorial que força seu assistente, Andrew Paxton, a se casar com ela. O motivo: a farsa evitará que ela seja deportada para o Canadá. Em troca do favor à geniosa chefe, Andrew exige uma promoção. ("The proposal", 2009)
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6. John Ammer, de "Click"
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John Ammer (David Hasselhoff) trata seu funcionário Michael Newman (Adam Sandler) de forma degradante. Quando Michael põe as mãos num controle mágico que permite controlar a realidade, o chefe é um dos primeiros a receber o troco por suas grosserias e abusos. ("Click", 2006)
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7. Sr. Burns, de "Os Simpsons"
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O famoso chefe de Homer Simpson é um homem que se orgulha de sua própria desonestidade. Proprietário da Usina Nuclear de Springfield, o Sr. Burns nunca perde a oportunidade de prejudicar e maltratar os outros. ("The Simpsons", 1989-presente)
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8. Dave Harken, de "Quero matar meu chefe"
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Dave Harken (Kevin Spacey) é um psicopata. Entre outras "brincadeiras", ele promete uma promoção a seu funcionário só para concedê-la a si mesmo no final. O que ele e outros chefes insuportáveis apresentados no filme não esperam é que seus subordinados tramam uma vingança. ("Horrible bosses", 2011)
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9. Buddy Ackerman, de "O preço da ambição"
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Buddy Ackerman (Kevin Spacey, novamente no papel de um patrão terrível) agride constantemente seu assistente Guy (Frank Whaley). "Você não é nada! Se você estivesse na minha privada, eu não me incomodaria em dar descarga em você", diz ele. Quando a crueldade do patrão começa a chegar a níveis insuportáveis, Guy decide reagir. ("Swimming with Sharks", 1994)
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10. John Milton, de "Advogado do diabo"
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10/17 (Reprodução/Reprodução)
Sem nunca ter perdido um caso na vida, o advogado Kevin Lomax (Keanu Reeves) aceita trabalhar para John Milton (Al Pacino), proprietário de um grande escritório em Nova York. Ao defender um cliente acusado de triplo assassinato, Kevin começa a ser sutilmente manipulado por seu estranho patrão. ("Devil's advocate", 1997)
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11. Gordon Gekko, de "Wall Street: Poder e Cobiça"
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11/17 (Reprodução)
Neste drama, Gordon Gekko (Michael Douglas) é o chefe de Bud Fox (Charlie Sheen), um jovem corretor disposto a tudo para ascender na carreira. Os problemas começam quando Bud percebe que está trabalhando para um homem inescrupuloso e desleal. ("Wall Street", 1987)
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12. Carter Pewterschmidt, de"Family Guy"
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12/17 (Reprodução)
Na série, Carter é um sádico magnata da indústria e proprietário de diversas empresas. Mestre na arte de dominar, manipular e distorcer, ele gosta de desprezar seus subordinados e seu genro, Peter Griffin, o protagonista da animação. ("Family Guy", 1999-presente)
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13. Michael Scott, de "The Office"
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13/17 (Divulgação)
Até a 7ª temporada da sitcom, Michael (Steve Carell) é o gerente regional da empresa Dunder Mifflin. Para evitar a punição por suas atitudes intempestivas, ele frequentemente usa seus subordinados como bodes expiatórios. ("The Office", 2005-2013)
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14. Andy Bernard, de "The Office"
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Andy (Ed Helms) é apresentado na 3ª temporada da série como o diretor regional de vendas da empresa. Inseguro e arrogante, ele frequentemente faz piadas às custas da equipe. ("The Office", 2005-2013)
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15. Bob Kelso, de Scrubs
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Diretor do hospital durante as primeiras sete temporadas da série, Kelso (Ken Jenkins) é conhecido por sua frieza diante de seus pacientes e subordinados. Famoso por declarar que se importar com os outros não faz parte das suas atribuições profissionais, sua preocupação central é o lucro do hospital. ("Scrubs", 2001-2010)
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16. Kristoffer, de "O grande chefe"
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16/17 (Reprodução)
Nesta comédia de Lars von Trier, o dono de uma empresa cria um presidente fictício para seus funcionários, que vive nos Estados Unidos e é o "responsável" por todas as decisões impopulares. Porém, quando decide vender seu negócio, o comprador exige conhecer o CEO. Em pânico, ele contrata o fracassado ator Kristoffer (Jens Albinus) para se passar pelo chefe. O que ele não previa é o comportamento errático e imprevisível do impostor. ("Direktøren for det hele", 2006)
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17. Conheça agora 6 personagens da literatura que podem inspirar sua carreira
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17/17 (Flickr/Creative Commons/Kate Ter Haar)