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Os setores mais quentes

Ações de cinco setores podem ser garantia para quem quer ter boa rentabilidade na bolsa

Barragem de Barra Bonita, em São Paulo: as ações de energia elétrica podem subir (Divulgação/Divulgação)

Barragem de Barra Bonita, em São Paulo: as ações de energia elétrica podem subir (Divulgação/Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 17 de junho de 2013 às 15h24.

São Paulo - Uma das maiores dificuldades de quem quer começar a investir na bolsa de valores é escolher quais ações comprar. Uma boa dica é olhar para os principais setores da economia e identificar aqueles que têm mais chances de crescimento. A partir daí, é escolher os papéis de companhias que fazem parte de cada segmento e têm resultados consistentes.

A pesquisa VOCÊ S/A-Economática mostrou os cinco setores com maior potencial de crescimento nos próximos anos, levando em conta que a economia do país também continuará em expansão. 

É recomendável escolher ações que pertençam a diferentes setores. Se você só tiver papéis do segmento de energia elétrica, por exemplo, e o país enfrentar um apagão, o valor das suas ações cairá e você pode perder todo seu dinheiro. Já se a sua grana estiver dividida entre vários setores, o risco de perda é menor.

Outro ponto de atenção é adquirir ações de empresas que participam de setores não correlacionados. Funciona assim: você compra uma ação de um segmento cuja empresa atua no mercado interno e outra ação de uma companhia que direciona suas vendas para o setor externo. Se as vendas no setor interno vão mal, você ainda pode ganhar dinheiro com as ações da empresa que negocia com o mercado internacional.

1 Energia Elétrica

As ações das empresas que compõem o setor de energia elétrica são as que podem ter maior potencial de valorização. Com a expectativa de que o país continue crescendo nos próximos anos, companhias e consumidores vão gastar mais energia elétrica. Além disso, a maior parte das empresas do setor tem programas de combate às ligações irregulares, o que deve aumentar a receita no longo prazo.

Segundo analistas financeiros, as companhias do segmento estão bem estruturadas e consolidadas, apresentam boa rentabilidade e a maior parte das dívidas está controlada. “Os setores de distribuição e transmissão estão bem desenvolvidos, o problema do país ainda é a geração de energia”, diz Clodoir Vieira, economista da Corretora Souza Barros, de São Paulo.

Em fevereiro, o consumo de energia elétrica aumentou 10,7% em relação ao mesmo mês do ano anterior, segundo dados divulgados pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE). No acumulado do primeiro bimestre do ano, o crescimento totaliza 9,9%. 

2 Siderurgia e Metalurgia

A demanda por aço plano e minério de ferro deve continuar crescendo em 2010, impulsionada pelo avanço da economia brasileira. No caso do aço, o aumento da comercialização de automóveis e de produtos da linha branca, como geladeira e fogão, deve garantir a expansão da produção e das vendas das empresas do setor. 


Com isso, o faturamento crescerá e as ações dessas companhias serão favorecidas na bolsa de valores. O programa do governo federal Minha Casa, Minha Vida, que prevê a construção de habitações no país todo, deve estimular o segmento de construção civil. Vão aumentar as produções de materiais como vergalhões, colunas, sapatas e treliças, que são usados na construção de casas e prédios.

As empresas que vendem seus produtos para o mercado internacional também deverão ser beneficiadas neste ano. Os analistas econômicos preveem que o preço do minério de ferro pode aumentar até 40% no mercado internacional. 

3 Finanças e Seguros

Neste ano, as linhas de crédito devem continuar garantindo o lucro recorde dos bancos de varejo. A estimativa dos economistas é que haja um aumento entre 12% e 14% na concessão de financiamentos, principalmente no crédito consignado — aquele que é descontado direto no contracheque —, no crédito direto ao consumidor e no financiamento imobiliário.

A taxa de juros da economia, que serve de referência para essas operações, está em 9,75% ao ano, mas deve chegar a 11,75% ao ano até o final de dezembro. Esse aumento será feito para manter a inflação controlada. Apesar da elevação dos juros, não deve haver uma retração no crediário bancário.

É que houve um aumento real na renda do brasileiro e mais pessoas ingressaram na classe C, o que possivelmente garantirá o aumento do consumo nos próximos meses. Com a expansão da economia, o setor de seguro pessoal, residencial e de carros também deve crescer. Quem pensa em comprar um carro novo parcelado, não fazer seguro e perder seu único bem?

4 Telecomunicações

Em janeiro deste ano, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) divulgou o número de celulares em operação no país. São 175,6 milhões de unidades, quase um celular por brasileiro, sendo que 82,62% deles são pré-pagos e 17,38% são celulares com contas pós-pagas. A notícia por si só seria boa se a rede de telefonia móvel conseguisse atender com qualidade todos os usuários, o que não acontece.


E esse é o maior entrave do setor de telefonia móvel neste momento: ampliar e equipar a rede de telefonia 3G para garantir o atendimento eficiente dos seus usuários. É bom o investidor saber que as companhias que não quiserem perder clientes terão de usar seu lucro para investimentos em melhoria das tecnologias.

Com isso, haverá menor distribuição de dividendos aos detentores das ações dessas empresas. Apesar de necessitar de melhorias no setor, a tendência ainda é de crescimento para o segmento de telefonia móvel, já que há uma migração dos usuários da telefonia fixa para os celulares.

5 Construção

O país ainda tem um déficit habitacional de 5,8 milhões de domicílios, segundo dados do Ministério das Cidades. Essa é uma boa notícia para as empresas de construção civil que devem continuar em expansão nos próximos anos. Além disso, o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e o programa Minha Casa, Minha Vida devem garantir acesso da população à moradia, gerando mais negócios para essas empresas.

O problema é que as ações das companhias deste setor já registraram uma boa valorização na bolsa de valores nos últimos dois anos. A expectativa dos analistas econômicos é de que os ganhos com esses papéis sejam menores daqui para frente. Eles também alertam que deve haver uma consolidação das várias empresas de capital aberto que negociam seus papéis na bolsa.

Neste caso, dependendo do tipo de transação feita entre as partes envolvidas na fusão das companhias, os acionistas podem ser favorecidos. É um setor para acompanhar bem de perto neste ano.

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