Cartazes pedindo o impeachment foram confeccionados durante a manifestação (André Lopes/Exame.com)
Da Redação
Publicado em 15 de março de 2016 às 13h47.
Com a intensidade política dos últimos meses, vê-se muito conteúdo na internet. No entanto, poucos são os textos coerentes, desfeitos de ambiguidade, revisados e em acordo às regras gramaticais. Analisemos o trecho abaixo (que me foi enviado):
“No último final de semana, teve políticos e não-políticos nas ruas. Teve gente até na Costa do Sauípe.”
É desnecessário o uso de “final de semana” em referência ao tempo decorrido entre a noite de sexta-feira e a manhã de segunda, aproveitado para o descanso e o lazer. A expressão adequada é “fim de semana” – com a correspondência ao inglês “weekend”.
Ademais, vale registrar que “fim de semana”, antes hifenizado, perde o sinalzinho por critério do Novo Acordo Ortográfico. É também registrado pela Academia Brasileira de Letras que, de agora em diante, quando não- e quase- forem prefixos e formarem um vocábulo, o hífen deixa de existir.
Com a crítica sangrenta às mãos, muita gente ainda se esquece de que o verbo “ter” não deve ser utilizado para a relação de existência. Ter não é acontecer, ocorrer; para isso, existe – por exemplo - o invariável verbo “haver” nesse sentido.
Caro leitor, a reforma ortográfica não extinguiu o acento gráfico apenas de paroxítonos, como “ideia, estreia, voo, enjoo, creem, leem”. Hiatos (formados por i/u) precedidos de ditongo decrescente – por questões de uso popular – perderam o acento agudo. Como ilustração, “feiura, bocaiuva, Sauipe” são agora assim grafados.
Por fim, penso que a credibilidade da informação inicia-se no respeito às questões gramaticais:
“No último fim de semana, houve políticos e não políticos nas ruas. Houve gente até na Costa do Sauipe.”
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