Carreira

Os dois lados do cérebro

Precisamos dos dois lados do cérebro integrados

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Da Redação

Publicado em 7 de junho de 2013 às 16h36.

São Paulo - “O prazer que meu cérebro direito está sentindo é maior do que a capacidade do meu cérebro esquerdo de explicá-lo.” Esta frase foi dita pelo cientista Roger Sperry quando recebeu o Nobel de Medicina e Fisiologia, em 1981, por seus trabalhos sobre as funções dos dois lados do cérebro.

Anos antes ele havia criado uma técnica chamada split-brain surgery, uma cirurgia para pacientes portadores de epilepsia que não melhoravam com remédios. A cirurgia consistia em cortar o corpo caloso, um conjunto de fibras que conectam os dois hemisférios cerebrais, que, ao ser cortado, diminuía a chance de haver impulsos nervosos desgovernados, o que provoca as convulsões próprias dessa doença.

A experiência foi um sucesso, só que o Dr. Sperry percebeu que algo mais aconteceu com aquelas pessoas: elas passaram a se relacionar com o mundo às vezes de maneira extremamente racional e metódica e às vezes de forma livre e criativa, mas não conseguiam harmonizar esses dois momentos.

Foi quando percebeu que o corpo caloso tinha a função de permitir um funcionamento integrado entre os dois hemisférios, com modos diferentes de pensar e de influenciar o comportamento.

Você interpreta um gráfico, faz análises numéricas, desenvolve planejamentos, controla sua agenda com seu hemisfério esquerdo e usa o direito para ser criativo, para inovar, para apreciar arte, para tocar um instrumento. Hoje isso já é bem conhecido, mas o fato relevante é que no mundo moderno, especialmente na vida corporativa, precisamos ter os dois hemisférios desenvolvidos e funcionando de forma integrada. 

Vivemos um tempo em que temos de nos esforçar para controlar bem nossas empresas e nossas carreiras (cérebro esquerdo) em função da velocidade das mudanças, mas não podemos parar de criar e inovar (cérebro direito) para melhorar nossa competitividade.

Portanto, viva o corpo caloso virtual, que permite o fluxo de novos pensamentos para velhos modelos, novos modelos para velhas ideias, novas ideias para velhos processos, novos processos para velhos pensamentos. Use seus dois cérebros para ser inteiro e feliz. 

Eugenio Mussak é professor do MBA da FIA e consultor da Sapiens Sapiens. 
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