O engenheiro mecânico, formado pela USP, em São Paulo, Caio Dimov, de 27 anos, tem duas paixões profissionais: a consultoria e o mercado automotivo. Neto de dois ex-funcionários da Volkswagen, o contato com os carros sempre lhe foi bastante próximo, por isso Caio começou sua carreira nesta indústria, ainda da faculdade. “As empresas costumam ser muito grandes, o que dá oportunidade de trabalhar em diferentes áreas numa mesma companhia”, conta.
Recém-formado, Caio foi trabalhar na empresa de consultoria estratégica Roland Berger. A consultoria o encantou principalmente pela possibilidade de trabalhar em diferentes lugares, para empresas variadas. Agora ele está cursando o Master of Management and Manufacturing Program e fará um duplo diploma na Northwestern University, na Kellogg School of Business e McCormick School of Engineering. Isto quer dizer que ele poderá unir os seus dois maiores interesses.
Consultoria
“O trabalho muda muito conforme se avança na carreira, o mais legal é aprender novas atividades com frequência”, diz Caio. Além disto, a mudança de ambientes é constante, de acordo com os clientes da consultoria, o que é interessante para ganhar traquejo e experimentar diferentes lugares e tipos de relacionamentos de trabalho. “Para um recém formado, a consultoria é basicamente feita de análises”, explica.
O objetivo é sempre solucionar um problema para um cliente (uma empresa). As análises podem ser quantitativas – quando se trata de avaliar um produto ou serviço que o cliente oferece, é um trabalho com dados e números – ou qualitativas – uma análise baseada em entrevistas, que podem ser com diretores, presidentes, vice-presidentes ou pesquisa de mercado.
O crescimento na área costuma ser rápido. Um novato normalmente auxilia nos dados, mas há um consultor mais experiente para fazer a análise. “Com a experiência se ganha autonomia e passa a ser um consultor júnior, que faz as coisas sozinho”, explica Caio. Depois disso o profissional começa a liderar e ajudar outras pessoas, virando um consultor sênior, para, então tornar-se gerente.
Para o engenheiro os projetos de consultoria mais interessante são aqueles que estão ligados a entrada de companhias no mercado. “Como nos últimos anos o Brasil atraiu muitos investimentos, empresas quiseram trazer negócios para o país. Possibilitar a entrada de uma empresa no país é muito empolgante”.
Indústria automotiva
Na indústria automotiva (GM e Continental, fabricante de pneus), Caio teve a oportunidade de experimentar diversas áreas. E não, ele não era trainee, que está mais exposto a possibilidade de rotação, mas conta essa como uma das vantagens de trabalhar em grandes empresas.
Na área técnica Caio trabalhou com desenvolvimento de produtos, projetos de engenharia, desenvolvimento de protótipos, desenho de peças, cálculos de engenharia e especificações com o fornecedor. Muito do que pensava que faria quando decidiu cursar engenharia mecânica. Mas, com o tempo, ele descobriu que era possível atuar também na área administrativa. “Trabalhei marketing em vendas, finanças, transações com fornecedores e logística. Um recém-formado pode aproveitar muito disso tudo”.
Olhos abertos para o novo Após a dupla formação (MBA e mestrado em engenharia), previsto para terminar em junho de 2016, Caio tem como objetivo trazer novas tecnologias automotivas para o Brasil. “A ideia é mudar esta indústria no País. Por isso, uma das coisas que quero fazer no MBA é estudar modelos automotivos estrangeiros e entender de que maneira eles podem se aplicar no Brasil, de maneira sustentável”.
Para quem está no começo da vida profissional, o conselho de Caio é testar novas ideias, novas áreas e alternativas de carreira. “Nos primeiros dois anos de carreira há oportunidades de trainee em diversas indústrias, é um momento muito bom para descobrir do que se gosta. Acho importante também sempre ter uma visão de onde se quer chegar a curto e médio prazo”, explica. Por exemplo, se você gosta de marketing e vai trabalhar com finanças, é importante lembrar que um dia pode ser possível para unir as duas áreas.
“É importante ter flexibilidade para descobrir coisas sobre sua personalidade profissional. Se eu tivesse ficado só na indústria automotiva não teria aprendido muito sobre mim, sobre o que eu gosto profissionalmente”, afirma Caio
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1. Hora da virada
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1/5 (Alessandro Shinoda)
São Paulo – É comum que em algum momento da trajetória o profissional se pergunte se não é a hora de dar uma guinada de
carreira. Mudar de área, empreender, dar novos rumos à atuação. Mesmo que de maneira diferente, cada uma das pessoas que você verá a seguir passou por este questionamento. O que todas têm em comum é fato de ter apostado na mudança e seguido em frente. Confira a história e os relatos de 12 pessoas de
sucesso que deram grandes guinadas profissionais:
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2. 1. André Esteves, presidente do BTG Pactual
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2/5 (Julio Bittencourt)
A guinada do hoje CEO do
BTG Pactual foi rápida. Aconteceu no início da sua carreira no banco Pactual, local do seu primeiro emprego. Ainda estudante de matemática da Universidade Federal do Rio de Janeiro, André Esteves foi admitido como analista de sistemas do banco, em 1989. O interesse e a aplicação do jovem analista logo fizeram com que ele fosse transferido da sala de sistemas para a mesa de operações do banco, por sua própria iniciativa. A ideia era criar um sistema de informática para ela. Era a oportunidade de ver de perto como era o dia a dia dos operadores. Estudando depois do expediente ele completou a formação que faltava para se dar bem como operador. E foi o que conseguiu, demonstrando mais competência do que seus colegas da mesa de operações, a ponto de, em 1993, tornar-se sócio do banco. Chegou a chairman e presidente do UBS Pactual e foi responsável pela plataforma de Renda Fixa Global do UBS em 2007. Esteves deixou o UBS Pactual para fundar a BTG em 2008. Também já foi diretor da Febraban e membro do conselho da BM&F.
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3. 5. Rodrigo Anderson Matos, presidente da holding Avendor
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3/5 (Divulgação)
A vida profissional do presidente da holding Avendor é feita de grandes guinadas. A lista de atividades desempenhadas por ele vai de catador de algodão a promotor de gôndola em supermercado, passando por colhedor e vendedor de mamona. Ele também foi militar durante 6 anos, e essa foi sua chance de sair do interior e ir morar na capital do Paraná. “Alistei-me e vim para Curitiba. Eu podia ser militar até hoje, mas saí do Exército para ser estagiário em uma empresa de importação quando passei no vestibular e ganhei uma bolsa”, conta. De estagiário ele passou a analista, gerente e diretor geral. Era o sinal para mais uma mudança. “Nessa empresa tive oportunidade de explorar e ter contato com empresas maiores, viajava para negociar contratos. E em três anos aquilo começou a ficar pequeno para mim”, conta. Quando a proposta de sociedade feita à proprietária da empresa fracassou, Matos decidiu investir na carreira de empresário. Montou uma empresa de logística (vendida em 2008), e com sócios criou a MBM Brasil (de design e decoração), a Sun Asia Trade e a prestadora de serviços NDI International. Sócio nas três e gerenciando modelos de negócios completamente diferentes, Matos, conta que se sentia um pouco perdido no aspecto profissional. “Eu estava em um emaranhado de negócios, uma empresa agia no mercado interno, outra no externo, e a terceira era de prestação de serviços. Ficou impossível”, conta. O resultado foi outra guinada: criou uma holding, efetivada em 2011. De dez sócios, ficaram quatro, contando com Rodrigo. “Hoje trabalho com mais qualidade”. A reformulação deu certo e o tempo provou isso. “Em 2009, as empresas faturavam 2 milhões de reais, em 2012 o faturamento foi de 100 milhões de reais”, conta Matos.
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4. 8. Claudio Oliveira, diretor comercial da Eucatex
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4/5 (Divulgação)
Após 23 anos de carreira técnica em engenharia, a guinada de Claudio Oliveira o levou para a área de gestão de negócios. Hoje ele é diretor comercial da Eucatex, atividade que exerce há 12 anos na empresa. “Sou engenheiro mecânico por formação, trabalhei na área de engenharia de produto, de processo e migrei para área de produção”, conta Oliveira, sobre sua experiência em engenharia. Com um curso de administração industrial feito na Fundação Vanzolini, percorreu, segundo ele mesmo conta, todas as áreas de engenharia industrial. Depois de concluir um MBA na USP e com uma temporada internacional na Vanderbilt University, em 1998, mudou de emprego. “Entrei como gerente industrial na Eucatex e tive a oportunidade de gerir um pequeno negócio na época, era uma venda técnica de coberturas metálicas, o que exigia um approach bem técnico”, lembra. Gostou e nesse momento a mudança de área começou a se desenhar na sua vida. “Dava-me mais prazer do que a gerência industrial e tive a oportunidade de participar de dois grandes contratos da Eucatex com a Ford”, conta. O talento do engenheiro para a área comercial chamou a atenção da diretoria executiva da Eucatex. “Isso fez com que eu fosse para área comercial, gerenciar um canal de vendas com as construtoras e, a partir daí, migrei para outros canais, como o varejo, que hoje é a principal operação da Eucatex”, conta. A migração foi a escolha certa, diz. “Encontrei-me nisso, um dia é sempre diferente do outro”, diz. Mas, qualquer mudança, afirma, deve estar vinculada a uma sólida preparação. “Desde que o profissional sinta prazer nisso”, destaca.
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5. Agora, veja como 15 CEOs começaram sua vida profissional
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5/5 (Alexandre Battibugli/EXAME.com)
"Este artigo foi originalmente publicado no Na Prática, portal de carreira da Fundação Estudar"