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Os 5 conselhos da CEO da Kopenhagen e Brasil Cacau para líderes: “Não dá para olhar só relatórios”

Após passar por grandes crises como a pandemia e o preço do cacau, Renata Vichi, presidente do Grupo CRM, compartilha aprendizados sobre gestão, inovação e construção de legado

Renata Vichi, CEO do Grupo CRM: “Você não pode ser CEO olhando só para o que acontece dentro da sua empresa. O olhar sistêmico é essencial” (Leandro Fonseca/Exame)

Renata Vichi, CEO do Grupo CRM: “Você não pode ser CEO olhando só para o que acontece dentro da sua empresa. O olhar sistêmico é essencial” (Leandro Fonseca/Exame)

Publicado em 20 de abril de 2025 às 07h50.

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Mesmo em um dos cenários mais desafiadores para o setor de chocolates no Brasil — com o cacau atingindo preços recordes devido a problemas climáticos e queda na produção global — a CEO do Grupo CRM, Renata Vichi, projeta crescimento de 30% nas vendas de Páscoa em 2024. À frente das marcas Kopenhagen, Brasil Cacau e Kop Koffee, a executiva comanda um grupo com faturamento superior a R$ 2 bilhões ao ano e que tem a gigante Nestlé como sócia.

“Esse foi um ano bastante desafiador. Quando eu penso na minha trajetória, comparo esse momento ao da pandemia. Claro que ali a crise era mais ampla, mas para quem opera com chocolate e café, agora foi um ano muito difícil em termos de commodity”, afirmou Vichi durante sua participação no podcast De Frente com CEO, da EXAME.

Com mais de duas décadas dedicadas à empresa — onde começou ainda adolescente —, Renata compartilhou os aprendizados de sua jornada, da sucessão familiar à liderança de um dos maiores grupos de franquias do país. A seguir, veja os cinco principais conselhos da CEO para quem quer ter sucesso como líder:

Esteja perto da operação

Renata não esconde o orgulho do apelido que recebeu no setor: “CEO sola de sapato”. Ela visita cerca de 250 lojas por ano para acompanhar de perto a rotina dos franqueados e consumidores.

“Acredito que um CEO de varejo precisa estar no campo. Não dá para liderar olhando só para relatórios.”

Estar perto da operação também diz muito sobre o líder que busca desenvolver o seu time. "O líder é responsável pelo desenvolvimento do seu time, isso não dá para terceirizar", afirma Vichi.

Use crises como catalisador de transformação

Ao assumir o comando da companhia em 2020, Renata teve que tomar a difícil decisão de fechar as lojas 18 dias antes da Páscoa, devido à pandemia. Apostou então no digital como canal de vendas e viu o faturamento online sair de 2% para 17% — e chegar a 25% na Páscoa.

“Foi uma decisão disruptiva, que hoje mostra como o Grupo CRM trata seus parceiros. E 98% do que vendemos no digital vai para o franqueado, com a mesma margem.”

Busque inspiração fora da sua área

Para manter a inovação constante — que representa 15% do faturamento da companhia —, a CEO busca referências em outros setores, como moda, tecnologia e beleza.

“Você não pode ser CEO olhando só para o que acontece dentro da sua empresa. O olhar sistêmico é essencial.”

Pratique a autocrítica e o autocuidado

A executiva enfrentou grandes desafios pessoais ao longo da carreira, como uma gravidez de risco, a perda da mãe e o diagnóstico de um câncer avançado no último ano. Hoje, com a saúde física e mental em dia, ela defende a disciplina como chave para manter a performance sem abrir mão da saúde.

“A gente precisa se respeitar e entender se ainda é a melhor pessoa para a empresa. Quando isso deixar de ser verdade, é hora de partir para o próximo desafio.”

Construa o seu próprio legado

Filha de empresário, Renata sucedeu o pai na gestão do grupo, mas reforça que a decisão partiu dela. “Se não tivesse vindo de você, não teria dado certo”, dizia o pai. Hoje, ela adota o mesmo posicionamento com o filho de 18 anos.

“Não tente repetir o que já foi feito. Respeite o legado e construa a sua marca. Trabalhe para ser a melhor pessoa para a companhia,” afirma a CEO.

A primeira mulher a liderar o Grupo CRM quer deixar um legado baseado em afeto, inovação e impacto. “Quero que as marcas do Grupo sigam sendo tradicionais sem serem tradicionalistas. E que, no futuro, alguém olhe para trás e diga: ela fez a diferença,” diz.

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