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Os 10 maiores centros de talentos globais de 2024 — e os EUA não fazem parte

Estudo avalia competitividade de talentos em 67 economias, destacando o impacto da IA no mercado de trabalho

Suíça segue no topo da lista; EUA tiveram queda de seis posições. (Wikimedia Commons/Wikimedia Commons)

Suíça segue no topo da lista; EUA tiveram queda de seis posições. (Wikimedia Commons/Wikimedia Commons)

Fernando Olivieri
Fernando Olivieri

Redator na Exame

Publicado em 24 de setembro de 2024 às 13h36.

A Suíça lidera, pelo décimo primeiro ano consecutivo, o ranking global de competitividade de talentos, de acordo com o relatório IMD 2024 World Talent Ranking. O estudo avalia a capacidade de países ao redor do mundo em desenvolver e manter talentos, com base em critérios como investimento interno, atração de profissionais estrangeiros e disponibilidade de habilidades no mercado de trabalho. As informações são da CNBC.

O ranking é uma combinação de respostas de pesquisa e dados de 67 economias, fornecidos pelo IMD World Competitiveness Center e outras fontes externas. A análise foca em três dimensões principais: investimento no desenvolvimento de talentos locais, apelo (capacidade de atrair talentos estrangeiros) e prontidão (disponibilidade de competências no mercado de trabalho).

Os 10 principais polos globais de talentos

  1. Suíça
  2. Singapura
  3. Luxemburgo
  4. Suécia
  5. Dinamarca
  6. Islândia
  7. Noruega
  8. Holanda
  9. Hong Kong
  10. Áustria

A Europa dominou o ranking deste ano, com oito das dez primeiras posições ocupadas por países europeus. As exceções são Cingapura, que ocupa o segundo lugar, e Hong Kong, que aparece na nona posição.

Queda dos Estados Unidos

Apesar de sua relevância no cenário global, os Estados Unidos não aparecem entre os dez primeiros colocados, caindo seis posições em relação ao ano anterior e ficando em 21º lugar. O país também registrou quedas em categorias específicas, como a de apelo, onde passou da segunda posição em 2020 para a 14ª em 2024, impactado por fatores como o custo de vida e a tributação sobre a renda pessoal.

Além disso, os EUA caíram para a 32ª posição na categoria de prontidão, com uma avaliação abaixo da média em habilidades linguísticas disponíveis para atender às demandas do mercado. Essa limitação reflete a dificuldade do país em alinhar sua força de trabalho às necessidades globais crescentes por talentos qualificados.

Impacto da inteligência artificial

O relatório de 2024 também aborda as implicações da inteligência artificial (IA) no cenário global de talentos. A adoção da IA tem transformado indústrias e economias de maneira significativa, criando oportunidades, mas também desafios relacionados à competitividade de talentos.

De acordo com José Caballero, economista sênior do IMD World Competitiveness Center, a IA traz ganhos de eficiência e produtividade, mas também gera preocupações com a substituição de empregos, especialmente em setores dependentes de tarefas rotineiras e automação.

Em países como Japão, Tailândia, Cingapura, Reino Unido e Canadá, a substituição de pessoas por IA tem sido mais visível, segundo o relatório. A adoção de IA também levanta questões sobre novas formas de discriminação, como algoritmos tendenciosos, que podem reforçar desigualdades existentes e impactar negativamente comunidades marginalizadas.

Desigualdade de gênero e automação

O relatório revela que o emprego feminino em países de alta renda é mais vulnerável à automação do que o masculino. Enquanto 7,9% das mulheres estão em risco de perder seus empregos para a automação, o percentual entre os homens é de 2,9%.

Embora os países de alta renda possam enfrentar maiores desafios com a automação no curto prazo, eles também são os que mais provavelmente colherão benefícios a longo prazo. A IA deve impulsionar o crescimento da produtividade global e aumentar o PIB mundial em 7 pontos percentuais na próxima década, conforme destacado no relatório.

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