Profissional de ESG: demanda por especialistas no tema é cada vez maior no meio corporativo (Klaus Vedfelt/Getty Images)
Jornalista
Publicado em 16 de junho de 2023 às 16h02.
Apontada como uma das profissões do futuro pelo relatório global “Future of Jobs”, o cargo de especialista em ESG já é uma carreira cobiçada por profissionais de segmentos diversos – principalmente os que buscam um trabalho com mais propósito. Afinal, é uma área que lida diretamente com o impacto ambiental e social de uma organização.
Mas para quem pensa em migrar ou se especializar em ESG, uma dúvida comum que surge é: como entrar nesse mercado e onde é possível atuar com ESG? No terceiro episódio da série Carreira em ESG 2.0 da EXAME, são revelados os três caminhos principais para trabalhar com ESG. Para assistir, é só se cadastrar neste link.
A vantagem para quem busca trabalhar com ESG é que existem caminhos viáveis para muitos perfis, desde os que preferem atuar como funcionários de uma empresa até para quem tem o perfil mais empreendedor. E o mesmo vale para as profissões, pois muitos profissionais vêm se especializando em ESG dentro da sua própria área de atuação. Confira os três principais caminhos:
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Um dos caminhos mais visados é a carreira corporativa, atuando em uma empresa, nacional ou estrangeira, de pequeno, médio ou grande porte. Segundo o estudo “Future of Jobs”, até 2027 deve haver um aumento de 33% no número de vagas em empresas para cargos de ESG.
Além da procura por esse profissional estar crescendo, as remunerações também podem ser atrativas. Segundo o Guia Salarial 2023 (Robert Half), um profissional ESG pode ganhar de R$ 6 mil a R$ 35 mil, a depender de vários fatores como o nível de senioridade, a empresa em que está trabalhando e o setor. A área financeira, por exemplo, já paga mais que o mercado comumente, ou seja, especialistas em ESG no mercado financeiro provavelmente serão melhor remunerados do que em outros setores.
Mas a maior parte das empresas que estão buscando se adequar às diretrizes ESG precisam de um profissional que saiba identificar as questões materiais da companhia (ou seja, quais pontos são de maior ou menor impacto) , que se relacione com stakeholders (fornecedores, clientes, acionistas e colaboradores) e que traga soluções inovadoras para os seus problemas.
“É basicamente atuar como um ‘tradutor’, que precisa traduzir para toda a companhia a importância da economia sustentável, da governança corporativa, da diversidade e, ao mesmo tempo, fazer a ponte e engajar fornecedores, colaboradores e clientes para fazer os projetos acontecerem”, explica Renata Faber, diretora de ESG da EXAME.
Empresas de grande porte têm destinado um orçamento cada vez maior para essa agenda e, muitas vezes, optam por montar uma equipe focada para desenvolver as soluções que precisam.
Mas mesmo em companhias de menor porte, o profissional ESG também tem espaço. Há inúmeras startups focadas em ESG - as chamadas greentechs, cleantechs e ESGtechs. Essas empresas têm crescido muito nos últimos anos e estão abrindo cada vez mais oportunidades no mercado.
Para você ter uma ideia, só no Brasil, essa categoria de startup já recebeu mais de US$ 532,4 milhões em aportes de investidores só em 2021 - quase o dobro de 2020. E mais: deve receber até US$ 3,6 trilhões em investimentos em todo o mundo até 2030, segundo um Relatório do Instituto Smart Prosperity. Então é mais um campo de atuação amplo e promissor que o profissional de ESG pode atuar.
Aprenda o passo a passo para se tornar um profissional ESG
Um outro caminho profissional para quem quer trabalhar nesse setor é se tornar um especialista de ESG na sua própria área de atuação. Como as práticas de impacto ambiental, social e de governança podem envolver inúmeras áreas e setores da economia, há a possibilidade de se especializar nas questões ESG e fazer disso um diferencial no currículo.
É o caso de profissões como advogado, que pode ser mais focado em compliance ou questões ambientais e sociais, um engenheiro ou arquiteto com foco em projetos sustentáveis ou até um profissional de relações públicas com conhecimento sobre diversidade e sustentabilidade.
Esta é a rota mais recomendada para quem está buscando uma forma de agregar valor à sua profissão atual ou até uma promoção de cargo dentro da própria empresa. É possível se tornar pioneiro em uma empresa, começando uma área de ESG dentro dela, implantando algumas ações, liderando projetos específicos, e aos poucos, ir subindo até chegar à alta liderança como um gestor ESG.
Por fim, para os que possuem um perfil mais empreendedor ou não se vêm construindo uma carreira mais corporativa, uma terceira possibilidade é trabalhar de forma autônoma com ESG. E aí o leque de possibilidades é bastante amplo. É possível atuar, por exemplo, como um consultor independente, ajudando as empresas a incorporar as diretrizes ESG nas suas estratégias.
“Esta é uma boa forma de fazer uma transição de carreira para a área e desenvolver uma nova profissão conciliando com o trabalho atual. É possível trabalhar em projetos diferentes com inúmeras empresas, o que dá dinamismo para o dia a dia”, aponta Faber.
Além de consultoria, quem busca por trabalhos mais autônomos também pode, futuramente, se preparar para dar treinamentos e palestras em empresas para conscientizar líderes e funcionários sobre a importância da agenda ESG no Brasil e no mundo.
Com tantas possibilidades de atuação, construir uma carreira em ESG acaba sendo bastante atrativo para pessoas de diferentes áreas, perfis e histórico profissionais que buscam por um trabalho com mais propósito.
Na série Carreira em ESG 2.0, a diretora de ESG da EXAME, Renata Faber, mostra ao longo de quatro episódios quais são as oportunidades profissionais de ESG, as habilidades necessárias e todos caminhos possíveis para atuar nessa área.
A série pretende ensinar como construir uma carreira na área para profissionais que querem aliar um trabalho com propósito e boas remunerações, além de aproveitar as vagas que devem abrir nos próximos anos. Ao final do curso, os alunos recebem um certificado de participação.