Tudo o que fazemos leva nossa “assinatura energética”. Uma reunião, uma decisão estratégica, um novo projeto – tudo carrega o campo emocional e a presença de quem está à frente (Eka Jaya Permana/Getty Images)
Redação Exame
Publicado em 10 de outubro de 2025 às 06h11.
Por Janaína Araújo, fundadora da Lékè RP
No mundo corporativo, é comum acreditar que os problemas de um negócio estão no produto, na estratégia, no mercado ou até mesmo no time. A resposta, quase automática, costuma ser mudar tudo: reestruturar a equipe, trocar o escritório, redesenhar a estratégia, até expandir para outro país.
Mas essa lógica esbarra em um ponto essencial: onde quer que você vá, você também estará lá. Ou seja, não adianta transformar apenas o ambiente externo se o estado interno do líder ou da equipe está em desequilíbrio.
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A reflexão é clara: cada decisão carrega a bagagem emocional de quem a toma. Se o seu estado interno está em colapso, ele vai com você. E, inevitavelmente, a sua realidade será afetada por essa confusão interior. Esse é um dos temas que trazemos para muitas mulheres durante o Desert Women Summit, evento voltado à liderança e transformação pessoal em Marrocos.
Nesse sentido, falar apenas de negócios, vendas e marketing sem considerar o que se passa dentro do indivíduo é enxergar apenas metade da equação. Liderar o externo é importante, mas sustentar o interno é o verdadeiro desafio.
A provocação vai além: tudo o que fazemos leva nossa “assinatura energética”. Uma reunião, uma decisão estratégica, um novo projeto – tudo carrega o campo emocional e a presença de quem está à frente.
Não adianta mudar de país, planejar o evento mais estratégico do mundo ou fazer um lançamento impecável se a sua presença está desconectada. O que chega antes de você em qualquer lugar é a energia que te habita.
Mais do que uma pauta de RH ou uma iniciativa pontual de bem-estar, o cuidado com a saúde mental precisa ser encarado como um exercício diário. Não é um “curso de fim de semana”, mas sim uma prática de auto-observação, escuta e honestidade consigo mesmo.
No Dia Mundial da Saúde Mental, a mensagem ganha ainda mais relevância: empresas não podem se esquecer de que resultados sustentáveis dependem não só de estratégias externas, mas também da capacidade de seus líderes e funcionários em cuidar daquilo que os move por dentro.