Michelle Obama ajeita a gravata do marido, Barack Obama (Mike Theiler/Reuters)
Claudia Gasparini
Publicado em 21 de setembro de 2017 às 11h38.
Última atualização em 21 de setembro de 2017 às 11h54.
São Paulo — Menos de um ano após deixar a presidência dos Estados Unidos, Barack Obama tem faturado 400 mil dólares por hora com palestras em bancos de investimento em Wall Street. É o equivalente a 6,6 mil dólares por minuto — ou mais de 100 dólares por segundo.
Segundo o site da agência de notícias Bloomberg, a quantia teria sido depositada na conta do político após uma apresentação para clientes da Northern Trust Corporation em Nova York, em setembro de 2017. Em outubro, Obama repetirá a dose (e a remuneração) com uma palestra no banco de investimentos Cantor Fitzgerald.
O valor dos cheques tem gerado controvérsia entre críticos do ex-presidente — e até dentro do Partido Democrata, ao qual ele pertence. Em 2009, antes de ocupar o cargo mais poderoso dos Estados Unidos, ele disse que não tinha se candidatado para “ajudar um bando de ‘gatos gordos’ dos bancos de Wall Street”.
Em resposta à polêmica, o porta-voz de Obama disse à Bloomberg que o político só tem dado palestras “em consonância com seus valores” e que o dinheiro recebido contribuiu, em parte, para a doação de 2 milhões de dólares para programas sociais voltados para a juventude em Chicago.
Falar para plateias em Wall Street na vida pós-governo virou motivo de arrependimento para Hillary Clinton, candidata à presidência dos Estados Unidos apoiada por Obama em 2016.
Em sua recente autobiografia, “What Happened” (Simon & Schuster, 2017), Clinton diz que receber grandes somas de dinheiro pelas palestras foi "um equívoco", porque deu a impressão de que ela estava na mão dos bancos.