Livros em prateleira (inner_vision/Flickr)
Da Redação
Publicado em 5 de agosto de 2014 às 12h32.
É verdade que, cada vez mais, os candidatos se adéquam às Eleições? Sobre Política, nada sei; sobre o verbo defectivo “adequar”, discutamos!
Em nossa Língua, os tais verbos defectivos são aqueles que possuem conjugação incompleta, ou seja, não se conjugam em todos os modos, tempos e pessoas. São conhecidas formas verbais que só podem ser conjugadas nas formas arrizotônicas, ou seja, nas formas cuja vogal tônica permanece fora do radical.
Assim sendo, formas verbais como “quero, canto, vendem, feito” são rizotônicas por conterem a sílaba tônica no radical. Por um outro lado, formas como “queremos, cantais, direi, adequamos, adequais” são arrizotônicas por conterem a sílaba tônica fora do radical.
Como? Quer dizer que “adequamos” e “adequais” têm a sílaba tônica fora do radical? Sim! Ao usar a voz alta, veja a força do segundo A nessas duas palavras.
Tradicionalmente, veem os gramáticos o verbo “adequar” como defectivo, já que o seu presente do indicativo só possui as citadas formas arrizotônicas – “adequamos” e “adequais”.
Por ora, sabe-se que a defectividade depende do uso e da época (como foi um dia o verbo “competir”). Hoje, “competir” e “repetir” possuem o mesmo parâmetro de conjugação; foi-se a defectividade.
Aqui no Brasil, há a clara tendência linguística para a conjugação completa do “adequar”. De acordo com o dicionário Houaiss, atualmente se vê assim o presente do indicativo:
adéquo
adéquas
adéqua
adequamos
adequais
adéquam
Na visão tradicional (como geralmente ocorre no mundo dos Concursos Públicos e nas situações de formalidade plena), nem ele se “adéqua”, nem eu me “adéquo”; usam-se sinônimos advindos de “adaptar” ou “ajustar”: eu me adapto, o candidato se adapta, o candidato se ajusta.
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