Usain Bolt (Matthew Childs/Reuters)
Luísa Granato
Publicado em 5 de novembro de 2019 às 15h00.
Última atualização em 5 de novembro de 2019 às 16h00.
São Paulo - O jamaicano Usain Bolt já deixou o desafio para seus rivais em 2014: “se alguém quer ser tão grande como eu, terá que trabalhar muito”.
Fora das pistas desde 2017, o ex-velocista pode estar perdendo seu lugar no pódio como melhor do mundo. Em setembro deste ano, a americana Allyson Felix quebrou um de seus recordes mundiais após ganhar sua 12º medalha de ouro no revezamento 4x400m em equipe no campeonato de Doha.
O recorde do jamaicano, de 11 medalhas mundiais, se mantinha desde 2013.
E o feito da atleta americana tem um gosto especial para ela, pois acontece 10 meses depois de ser mãe e passar por uma complicada gravidez.
Allyson teve uma cesariana de urgência na 32ª semana de gravidez por causa de um quadro de pré-eclampsia (hipertensão arterial). Depois, ela descobriu que sua patrocinadora na época, a Nike, reduziria seu pagamento no retorno da maternidade. Os dois desafios não foram grandes imprevistos nos seus planos para formar uma família e continuar sua carreira de sucesso.
Humbled🙏🏾💛 https://t.co/wJ10Ge88dz
— Allyson Felix (@allysonfelix) September 30, 2019
Felix logo conseguiu um novo patrocínio com a marca Athleta, mas como velocista de alta performance, as chances pareciam estar contra ela. Para quebrar o recorde de Bolt, o segredo dela não foi apenas o treino, mas sua mentalidades para abordar o retorno após as dificuldades, como revelou em palestra acompanhada pelo portal Fast Company.
Seus aprendizados podem servir como lições para lidar com obstáculos inesperados na vida profissional. Confira:
Quando os planos falham, mude o foco: com suas complicações de saúde, seus planos anteriores para sua volta aos treinos não eram mais possíveis. Porém, ela não desistiu do seu objetivo final. Allyson mudou seu foco para pequenas metas que poderia realizar dia após dia, contornando seus novos limites de condicionamento físico e valorizando as pequenas conquistas.
Saiba pedir ajudar: A atleta confessa que teve dificuldades e precisou aprender a pedir ajuda. Com seu bebê ainda no hospital e sua performance mais baixa do que estava acostumada, ela comenta que foi com o apoio de outros que conseguiu manter a positividade para não desistir e para continuar acreditando no seu objetivo.
Aprenda a se adaptar: Para cuidar do bebê, ela precisava revezar o horário de trabalho com o marido, que ia para o escritório pela manhã. Ela conta que sempre preferiu treinar mais cedo, mas que esse é um exemplo das adaptações que teve que fazer para sua nova vida. Allyson precisou aprender a ser mais flexível com seus horários e métodos de treino, observando que a maneira como sempre fez seu preparo não era mais eficaz.