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O que os recrutadores procuram nas redes sociais

Especialistas em recrutamento revelam o que buscam nas redes sociais e o que consideram relevante nos perfis de candidatos que participam de processos seletivos


	Recrutadores não prestam muita atenção às recomendações e ao volume de conexões no LinkedIn
 (Getty Images)

Recrutadores não prestam muita atenção às recomendações e ao volume de conexões no LinkedIn (Getty Images)

Camila Pati

Camila Pati

Publicado em 28 de outubro de 2012 às 08h00.

São Paulo – O que você publica nas redes sociais e os grupos de que participa são dois itens que podem dizer muito sobre você para os recrutadores. Exame.com consultou dois especialistas em recrutamento para saber quais redes sociais de candidatos eles consultam e o que procuram.

Como era de se esperar, o LinkedIn é o mais visitado. Facebook e Twitter têm bem menos relevância para os especialistas, mas podem ser "espiados" de vez em quando. “Hoje em dia o perfil pessoal do candidato tem peso”, diz João Paulo Camargo, sócio-gerente da Asap, consultoria de recrutamento e seleção de executivos.

Ele costuma fazer a checagem das páginas de candidatos nas redes após a entrevista de emprego para pinçar alguns aspectos do perfil pessoal. Já Winnie Welbergen, consultora da Hays, diz buscar informações sobre candidatos no LinkedIn antes de conversar com eles pessoalmente.

Confira qual é o caminho percorrido pelos dois especialistas ao visitar as páginas de redes sociais de candidatos a uma oportunidade profissional.

 1 LinkedIn

O LinkedIn é a rede social mais relevante na hora de checar candidatos. Camargo costuma fazer a checagem depois da entrevista com o candidato, por isso, diz que os grupos e o conteúdo das postagens são seu foco na página.

Winnie usa a rede social profissional para buscar informações que não tenha sobre os candidatos, ou quando o currículo que ela possui em seu banco de dados está desatualizado.


“Olhamos os grupos dos quais ele participa para saber se ele está em grupos mais profissionais com discussões mais técnicas relacionadas a sua área de atuação ou se apenas participa de grupos de amizade, sem preocupação profissional”, diz Carmargo.

Para Winnie, os grupos são mais uma ferramenta para se aproximar de profissionais do que para analisá-los. “Não faço uma análise de quais grupos este profissional participa”, diz ela.

O conteúdo das postagens também é levado em conta. “Vemos o quanto ele publica de conteúdo e o que. Se ele coloca matérias, textos mais técnicos ou se posta apenas conteúdo não relevante”, diz Camargo. A qualidade dos textos escritos também entra na mira, com checagem de vocabulário e de erros.

As conexões do candidato são importantes, diz Camargo, para dar um panorama do nível de influência que o profissional tem em sua área de atuação. Por isso, conta mais a qualidade das conexões do que o volume. “Vejo se tem conexões com presidentes, diretores de empresas, formadores de opinião. Isso mostra que ele tem uma certa influência. Se as conexões são apenas com amigos e colegas de trabalho, percebo que ele ainda não entrou para esse hall de executivos influentes”, diz.

As recomendações são motivo de desconfiança, revelam os recrutadores. “A gente não dá muita importância. Vou buscar as recomendações por conta própria. O que os profissionais escrevem ali é pouco relevante, é forçado”, diz Camargo. Winnie concorda. “Leio, mas não é algo que substitua a necessidade de pegar uma referência do candidato”, diz.


2 Facebook 

É menos importante para os recrutadores. “Olhamos bem menos, não entendemos essa rede como sendo uma ferramenta voltada para o âmbito profissional e respeitamos isso”, diz Camargo.

No entanto, a rede social pode, sim, ser checada de vez em quando. “Podemos olhar grupos dos quais ele participa e comentários que faz também”.

Para ele, as fotos não têm tanta importância. “Só se estiver muito fora dos padrões, mas minha avaliação positiva depois de uma hora de conversa com o candidato não cai por terra por conta de duas ou três fotos do Facebook”, diz Camargo.

3 Twitter

Das três redes, o Twitter é a menos interessante aos olhos dos recrutadores. “A gente mal usa”, diz Camargo. Winnie concorda. “Não uso para checar os candidatos, a Hays está presente tanto no Facebook quanto no Twitter, mas o interesse é atrair candidatos e não analisar seus perfis”, diz ela.

No entanto, diz Camargo, o Twitter pode revelar alguns aspectos do candidato. “Poderia checar até que ponto ele é conectado ao Twitter, se faz postagens a cada 15 minutos, em horário de trabalho”, diz. 

O contéudo das postagens também pode pesar a favor ou contra o candidato. “ Se ele só posta besteiras do tipo ‘odeio segunda-feira’ ou ‘que bom que já são 18h’ isso revela que ele é uma pessoa que precisa ser forçada para trabalhar, o que não é interessante para o cliente que está contratando”, diz Camargo.

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