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O que os gerentes de banco não falam para os clientes

Muitas informações não são repassadas aos clientes. Conheça 12 delas e acerte mais em suas decisões financeiras

Ilustração - Gato/Coelho (Tato Araújo/EXAME.com)

Ilustração - Gato/Coelho (Tato Araújo/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 18 de junho de 2013 às 13h24.

São Paulo - A decisão de contratar um empréstimo ou escolher uma aplicação para investir seu dinheiro pode ser simples, se você entender bem o conceito de juros, rentabilidade e planejamento financeiro. Se não é o seu caso, invariavelmente  o caminho é a mesa do gerente do banco. Mas os especialistas em finanças alertam: existe uma relação comercial entre o consumidor e a instituição financeira.

Em outras palavras, o interesse do gerente ao oferecer um produto financeiro pode não ser o mesmo que o seu como correntista ou investidor. “O consumidor precisa fazer a lição de casa antes de conversar com o profissional”, diz André Massaro, consultor da Moneyfit, empresa de educação financeira, em São Paulo. A VOCÊ S/A conversou com especialistas em finanças pessoais e eles fizeram a lista de 12 itens que dificilmente chegam ao ouvido do consumidor na na visita à instituição financeira.

Empréstimo bancário

1 A Taxa de Abertura de Crédito (TAC) é cobrada quando o consumidor faz um pedido de financiamento bancário. “O cliente normalmente é informado sobre o juro, e não sobre a taxa de abertura”, diz Alcides Leite, professor de economia da Trevisan Escola de Negócios, em São Paulo.  Mas quem já é cliente não deve pagar. “Todos os dados do consumidor já estão à disposição do banco, não há motivo para cobrar mais uma vez”, diz Maria Elisa Novaes, advogada do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), em São Paulo.

2 Negocie tudo: anuidade, taxa de mensalidade do cartão de crédito e os juros. “Tem de barganhar e não se conformar com o que está sendo oferecido”, diz Marcos Silvestre, economista, de São Paulo. Veja como é vantajoso pedir um desconto. Considere duas taxas de juro diferentes e prefixadas para um empréstimo pessoal no valor de 10 000 reais pago em 36 parcelas:  

3 Se precisar de crédito bancário, veja se existe uma opção mais barata do que a oferecida pelo gerente. De acordo com a Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), em março o juro do cheque especial foi de 7,78%; do crédito pessoal, 4,68%; e do Crédito Direto ao Consumidor (CDC), 2,39%.

Dívidas

4 Se está pagando taxas elevadas por um empréstimo e encontrou um banco que oferece opções melhores, transfira a dívida. A lei está do seu lado — você não precisa pagar nada pela portabilidade. 

5 Não deixe o gerente dizer apenas quais são as condições da instituição para que você pague o débito. Diga a ele qual é a sua disponibilidade financeira. “O banco não quer que você deixe de pagar, ainda que seja menos”, diz Caio Torralvo, professor de finanças da Fundação Instituto de Administração (FIA), de São Paulo.  

6 Dificilmente o gerente deixa claro para o consumidor qual é o real valor desembolsado ao adquirir um financiamento. Um carro que custa 40 000 reais, ao término do empréstimo, pode sair por 60 000 reais por causa dos juros. O mais indicado é fazer os cálculos para saber se vale a pena comprar o bem agora ou juntar mais dinheiro para pagar menos juros.

Título de capitalização

7 Os especialistas dizem que o produto é vendido como uma maneira de fazer poupança, diversificar a composição das reservas e ainda  concorrer a prêmios. Mas não é explicado que nem todo o dinheiro disponibilizado para a compra do título é rentabilizado. “O banco empresta 70% do valor a outros clientes e depois devolve o dinheiro corrigido pela inflação ao comprador do título. O restante, os outros 30%, é destinado aos sorteios”, diz Mauro Calil, educador financeiro e autor do livro A Receita do Bolo, de São Paulo.


8 As pessoas que investem na poupança podem resgatar o valor aplicado quando quiserem, sem prejuízos. O comprador do título de capitalização só recebe a grana de volta, sem penalizações, se esperar até o fim do contrato, que geralmente é de 12 meses. 

Investimentos 

9 A rentabilidade dos fundos DI e  dos Certificados de Depósitos Bancários (CDBs) tem como referência o Certificado de Depósito Interbancário (CDI), que segue a taxa Selic. Quanto mais próximo de 100% é o valor pago pelo banco, mais dinheiro você vai ganhar. “A sugestão é não aceitar menos que 98% do CDI para investimentos acima de 5 000 reais”, diz Mauro Calil. 

10 Os fundos de investimento podem ter altas taxas de administração, por isso compare-os com outras aplicações. O Tesouro Direto é uma opção. Você paga taxas menores porque não há custos com a gestão. O título é comprado do Tesouro por intermédio das corretoras. Mas, se optar por um fundo, informe-se sobre a rentabilidade real, sem os custos, e fique de olho nas taxas. “É ideal que a taxa de administração seja, no máximo, de 1,5%, para não comprometer os ganhos”, diz André Massaro.  

Plano de previdência e IR

11 Quem investe no Plano Gerador de Benefício Livre (PGBL) pode diminuir a base de cálculo do Imposto de Renda (IR) desde que o valor aplicado represente até 12% da renda bruta anual. Mas o investidor apenas posterga o pagamento do Imposto de Renda, o que raramente é explicado. “Na hora de sacar o dinheiro do PGBL, o investidor paga imposto em relação a todo o montante aplicado, e não apenas sobre os rendimentos”, diz Caio, da FIA. A saída para maximizar o benefício é investir o dinheiro da restituição no plano ou em outra aplicação. “O ganho de capital é maior. Há mais dinheiro para ser rentabilizado”, afirma Caio. 

12 Quem opta pela tabela regressiva no plano de previdência paga a alíquota menor de IR se permanecer por mais tempo com o dinheiro aplicado. Mas o valor do IR não é cobrado com base na aplicação inicial. Também são considerados todos os demais aportes. Portanto, quem aplica o dinheiro hoje e resgata em dez anos só vai pagar menos imposto pelo primeiro aporte que fizer, mas sobre o que foi investido três meses antes do resgate, por exemplo, vai incidir o imposto mais alto, de 35%, para o caso da previdência.

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