Carreira

O que não fazer em uma entrevista de emprego, segundo ex-RH da Netflix

Jessica Neal, ex-diretora de talentos da Netflix, revela truque que usava para avaliar candidatos durante uma entrevista de emprego

Publicado em 5 de novembro de 2025 às 15h00.

Jessica Neal, ex-diretora de talentos da Netflix, compartilhou uma prática incomum que usava para identificar candidatos problemáticos — e que acabou se tornando uma das ferramentas mais eficazes do seu trabalho para evitar más contratações.

Durante seu período na empresa, ela pediu à recepcionista que observasse o comportamento dos candidatos e contasse quem a tratava mal. O chamado “teste da recepção” ajudava a revelar o que entrevistas formais muitas vezes escondiam, contou a executiva em uma coluna publicada pela CNBC.

Na avaliação de Neal, enquanto os candidatos costumam chegar preparados para responder perguntas e apresentar conquistas, é fora da sala de entrevista que surgem os primeiros indícios de postura inadequada.

Alguns candidatos reclamam do tempo de espera ou demonstravam impaciência com pequenos contratempos. Outros, mais atentos e gentis, cumprimentavam a equipe e demonstravam empatia — características que, mais tarde, se refletiam na forma como se relacionavam com colegas e líderes.

Falta de autoconsciência

No início da carreira, Neal admitiu que se deixava convencer por candidatos inteligentes e articulados, mas descobriu que muitos dos “brilhantes, porém difíceis” acabavam gerando os maiores problemas depois da contratação. Foi então que decidiu buscar formas de identificar o que estava por trás das aparências.

Para Neal, o "teste da recepção" revelou algo mais profundo do que boas maneiras: a importância da autoconsciência. Pessoas que falhavam nesse teste, disse ela, nem sempre eram hostis — muitas apenas não percebiam o impacto que causavam ao redor.

Ela lembra que, na Netflix, uma das regras era clara: não contratar “gênios arrogantes”. Mas, com o tempo, percebeu que os “gênios sem autoconsciência” podem gerar problemas parecidos nas equipes. Por isso, passou a valorizar candidatos capazes de reconhecer seus próprios pontos cegos e de tratar todos com o mesmo respeito — do CEO ao recepcionista.

Dicas aos candidatos

A executiva acredita que cada interação durante o processo seletivo conta, inclusive com pessoas que o candidato talvez nem perceba que estão avaliando seu comportamento. Ela recomenda estar presente e evitar distrações, como mexer no celular enquanto aguarda, demonstrando atenção e interesse genuíno.

Cumprimentar e agradecer também fazem diferença. Um simples “olá” ou “obrigado” pode pesar mais do que um currículo impecável, de acordo com a ex-diretora da Netflix.

Neal aconselha ainda manter a calma diante de imprevistos: a forma como alguém reage a atrasos ou falhas mostra mais sobre seu perfil profissional do que respostas ensaiadas.

Para ela, o que realmente fica na memória de quem contrata não são apenas as respostas certas, mas a forma como o candidato faz as pessoas ao redor se sentirem. “As pequenas interações revelam quem você é quando ninguém está te avaliando — e é isso que os empregadores querem descobrir”, escreve a executiva.

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