Estudante lê livros em universidade (Adam Berry/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 19 de julho de 2013 às 13h47.
Em tempos de manifestações, aparecem os defectivos verbos (os que não apresentam conjugação completa).
Disse, enfaticamente, um policial ao repórter:
- É preciso reaver a ordem! Baderna não!
Um transeunte gritou:
- É preciso reaver a ordem, Cabral!
O verbo REAVER vem de HAVER; é defectivo e só se conjuga nas formas que conservam o V do radical. Em outras palavras, a forma verbal é RE- (prefixo) mais HAVER e sua conjugação necessita de V.
Vamos à prática? Conjugue o HAVER no presente (hei, hás, há, haVemos, haVeis, hão). Notou a letra V? Daí, surgem as famosas formas REAVEMOS e o REAVEIS.
Com a ordem dos verbos, sigamos.
Agora, o HAVER no pretérito perfeito (houve, houveste, houve, houvemos, houvestes, houveram). Viu o V? Em todas as pessoas? Sim! Todas as pessoas de REAVER, no pretérito perfeito do indicativo, têm o V.
De acordo com os dicionários, REAVER significa recuperar, recobrar, haver de novo. Um famoso jornalista assim grafou, nas mídias sociais:
“Policiais já reouveram a ordem no Leblon!”
Bingo! É Reouveram mesmo!
Em contrapartida, bom mesmo seria se, no Brasil, médicos reouvessem seus direitos; estudantes reouvessem Educação Pública e com Qualidade; professores reouvessem salários dignos; eleitores reouvessem representantes sérios; cidadãos reouvessem transporte público; comunidades reouvessem Segurança.
Infelizmente, na prática e no papel, o verbo fica no subjuntivo – o famoso modo das incertezas. Enquanto vivermos no país do “se”, será difícil reaver o presente, do indicativo, de nossos direitos.
Um abraço e até a próxima!