Arena Allianz Parque, o novo estádio do Palmeiras (Thiago Fatichi/Allianz Parque/Divulgação)
Da Redação
Publicado em 25 de novembro de 2014 às 11h00.
Com a inauguração do novo estádio do Palmeiras, a fornecedora oficial de equipamentos esportivos do clube registrou uma homenagem, na camisa:
“O BOM FILHO À CASA TORNA”
Na Internet, choveram mensagens e bons textos, ratificando o desvio gramatical em relação ao uso do acento grave.
Como todos sabem, o termo “casa”, não determinado ou especificado, não exige o uso do artigo. Assim sendo, é impossível o uso do acento que marca a mistura entre preposição e tal artigo, na homenagem palmeirense.
No entanto, chamou-me a atenção o comentário de um internauta (certamente palmeirense). Argumentou ele:
“Não vejo problema no uso do acento, já que se pode trocar o à por para a. Não sei por que a imprensa pega tanto no pé do Verdão!”
Em outras palavras, o bom filho “para a” casa torna? Não seria mais lógico afirmar apenas que o bom filho “para” casa torna?
Quando comento sobre o termo “casa”, uso o bom Lulu Santos:
“ (...)
Pois sempre tem
A cama pronta
E rango no fogão, fogão!...
Luz acesa
Me espera no portão
Pra você ver
Que eu tô voltando pra casa
E vê! ê! ê! ê! ê!
Que eu tô voltando pra casa
Outra vez...”
Note que o compositor não registra o uso do artigo antes de “casa”; se usasse, em vez de “para”, a preposição “a”, cantaríamos o eufônico “que eu estou voltando a casa outra vez.”.
Caso a fornecedora de materiais decidisse pela determinação da expressão, o uso do acento seria vitorioso:
“ O BOM FILHO À CASA PALMEIRENSE TORNA”
Por fim, é interessante usar o tira-teima em “à”, substituindo por “para a”, na verificação de possível uso do acento grave. A palavra “casa”, entretanto, é uma expressão particular nem sempre precedida pelo artigo a.
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