Jeff Bezos (Andrew Harrer/Bloomberg)
Repórter
Publicado em 2 de fevereiro de 2025 às 10h00.
A gigante do comércio eletrônico Amazon continua endurecendo as regras para trabalho presencial. Após obrigar funcionários a voltarem para o escritório cinco dias por semana, a empresa mudou como monitora quem está cumprindo a exigência.
Agora, o sistema de controle de acesso rastreia apenas os dias em que os funcionários passam pelo crachá na entrada do prédio – sem medir quantas horas eles realmente ficam no local.
A mudança marca uma flexibilização em relação ao sistema anterior, que acompanhava presença por hora e categorizava funcionários como "inconsistentes" ou "zero badgers" (quem nunca aparecia no escritório). Essas etiquetas foram eliminadas, e os gerentes agora recebem apenas uma lista bruta de presença.
O que parece uma abordagem mais flexível pode ser apenas uma mudança na estratégia de vigilância. Gestores já especulam internamente se a empresa possui outros mecanismos para fiscalizar quem está realmente trabalhando no escritório.
"Não está claro se há um monitoramento adicional, mas é possível que a equipe de RH tenha acesso a dados mais detalhados", escreveu um gerente em um canal interno do Slack, segundo o site americano Business Insider.
A nova abordagem também transfere mais responsabilidade para os gestores diretos. Se um funcionário não comparecer ao escritório cinco dias por semana, cabe ao chefe imediato questioná-lo e decidir como lidar com a situação.
O endurecimento da política de retorno presencial tem gerado resistência dentro da Amazon, ainda de acordo com relatos escutados pelo BI.
Desde que a regra foi anunciada, funcionários organizaram abaixo-assinados e protestos internos, argumentando que a exigência não impacta a produtividade.
Mesmo assim, a empresa não deu sinais de recuo – e, com o novo sistema de monitoramento, o recado parece claro: a Amazon pode até mudar o método, mas continua de olho em quem prefere o home office.