Carreira

O futuro do trabalho e as competências que vão definir a próxima década

Mais de 20% das funções profissionais passarão por mudanças significativas até 2030. Nesse novo cenário, adaptar processos já não é suficiente. É preciso repensar mentalidades

Futuro do trabalho: A forma como trabalhamos, lideramos e nos desenvolvemos está sendo ressignificada. Nesse novo cenário, adaptar processos já não é suficiente. É preciso repensar mentalidades (ChatGPT/Reprodução)

Futuro do trabalho: A forma como trabalhamos, lideramos e nos desenvolvemos está sendo ressignificada. Nesse novo cenário, adaptar processos já não é suficiente. É preciso repensar mentalidades (ChatGPT/Reprodução)

Alexandre Abreu
Alexandre Abreu

Co-fundador e CEO da Talentflix

Publicado em 21 de julho de 2025 às 21h29.

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Durante muito tempo, falar sobre o futuro do trabalho parecia distante. As empresas se preparavam com base em tendências, estudos e painéis de especialistas. Antes era possível planejar com certa calma. Porém esse tempo acabou.

Segundo o Fórum Econômico Mundial, mais de 20% das funções profissionais passarão por mudanças significativas até 2030.

No Brasil, a previsão é de que a taxa de rotatividade alcance 24%. São números expressivos, mas ainda insuficientes para traduzir o que realmente está acontecendo. Porque não se trata apenas de cargos que desaparecem ou ferramentas que automatizam processos. Trata-se de uma mudança de lógica.

A forma como trabalhamos, lideramos e nos desenvolvemos está sendo ressignificada. Essa transformação tem múltiplas causas: o avanço da tecnologia, a instabilidade global, a urgência climática, as novas demandas sociais, o envelhecimento populacional e a reorganização econômica.

Nenhuma dessas forças é inédita. O que mudou foi a velocidade com que elas passaram a operar, e o impacto que provocam quando agem juntas.

Nesse novo cenário, adaptar processos já não é suficiente. É preciso repensar mentalidades. E isso nem sempre é confortável. Durante décadas, a previsibilidade foi o que sustentou grande parte das estruturas corporativas. Hoje o desafio é liderar em meio à fluidez, sem perder o foco no que realmente importa: as pessoas.

Enquanto algumas organizações ainda tentam proteger o modelo tradicional, o mercado já deixou claro que: permanecer relevante depende da capacidade de pensar diferente. E isso exige muito mais do que criatividade no discurso. Hoje, competências como pensamento crítico, empatia, adaptabilidade e aprendizado contínuo se tornaram centrais.

Não são mais diferenciais, são fundamentais. A criatividade, antes vista como um traço complementar, virou um dos pilares estratégicos para navegar o presente. Segundo pesquisa da Deloitte, 89% da Geração Z e 92% dos millennials afirmam que o senso de propósito é essencial para o bem-estar no trabalho.

A mensagem é clara: sem conexão, o trabalho perde o sentido.

Ao mesmo tempo, a fluência digital deixou de ser um atributo técnico. Tornou-se uma base comum. Saber usar tecnologia para resolver problemas é o novo mínimo esperado.

O Brasil está se movimentando. Mesmo com os desafios estruturais que nos acompanham há anos, temos liderado pautas globais com força. Dados mostram que 92% das empresas brasileiras priorizam diversidade e inclusão, e 96% já sentem o impacto direto da inteligência artificial em suas operações. Isso mostra um país que está atento. A dúvida é se estamos também preparados.

Porque sentir o impacto não significa estar pronto para guiar a transformação. E é exatamente aí que se define quem vai crescer, e quem vai apenas sobreviver.

Liderar o futuro exige mais do que ferramentas. Exige intenção. Significa criar ambientes onde errar é permitido, aprender é contínuo e as pessoas não precisam performar o tempo todo para serem levadas a sério.

Para as empresas, o chamado é por cultura com substância. Não apenas discursos bonitos. Para os profissionais, é o momento de assumir o protagonismo da própria trajetória. A habilidade de reaprender pode ser, aliás, a mais importante dos próximos anos.

Estamos diante de escolhas que vão muito além do operacional. Repetir fórmulas ou redesenhar caminhos. Tentar controlar tudo ou construir relações de confiança. Esperar o cenário ideal ou se mover com coragem.

Porque no fim, o risco maior não é apenas perder gente talentosa. É perder o próprio propósito do trabalho. E, junto com ele, a relevância.

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