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O futuro da diversidade e inclusão no Brasil: avançando com transformação

Embora haja preocupações sobre um possível retrocesso, ainda é possível ver a diversidade como uma estratégia de negócio. Saiba como

A pauta de DE&I apareceu no mercado este ano de uma forma diferente. A solução está em mostrar o quão estratégica ela pode ser para a empresa (Angelina Bambina/Getty Images)

A pauta de DE&I apareceu no mercado este ano de uma forma diferente. A solução está em mostrar o quão estratégica ela pode ser para a empresa (Angelina Bambina/Getty Images)

Publicado em 5 de fevereiro de 2025 às 07h07.

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Por Margareth Goldenberg, CEO Goldenberg Diversidade e Gestora Executiva Movimento Mulher 360

A agenda de diversidade, equidade e inclusão (DE&I) no Brasil está em um momento crucial, onde o modelo atual de atuação precisa ser repensado e adaptado para gerar mudanças mais profundas. Sua estrutura está mudando de um chamado por justiça social para uma agenda prática e crítica aos negócios. Líderes com visão de futuro precisam começar a adotar DE&I como uma ferramenta estratégica que complementa seu trabalho diário e apoia o sucesso organizacional.

Embora haja preocupações sobre um possível retrocesso, acredito que a resistência enfrentada pelas iniciativas de DE&I é parte de um processo histórico de progresso e resistência. No final, o produto final é melhor que o anterior.

Ajustando rotas para futuro

No Brasil, não há tanta resistência política ou jurídica sobre iniciativas de DE&I, mas ainda há desafios. Muitas delas falham em gerar mudanças estruturais, o que pode levar a resistência organizacional, esgotamento e resultados insatisfatórios para grupos minorizados.

Essa realidade nos oferece uma oportunidade de refletir sobre o que já foi conquistado e ajustar rotas para futuro. Precisamos abandonar o discurso polarizado e adotar uma postura mais empática, ouvindo aqueles que se sentem excluídos por iniciativas que não atendem de maneira ampla suas necessidades.

Minha vivência, de mais de 20 anos, mergulhada nas jornadas de DE&I em inúmeras grandes empresas, me assegura que as jornadas de DE&I precisam operar com base em três principais mudanças: focar em resultados em vez de intenções, eliminar sistemas que perpetuam discriminação e inequidades em vez de “consertar” indivíduos e comunicar o valor ganha-ganha deste trabalho em vez de focar apenas em alguns em detrimento de outros.

Foco em resultados mensuráveis

Para que a transformação seja efetiva, é essencial adotar práticas baseadas em resultados mensuráveis. Não podemos nos contentar com discursos ou ações performáticas, é necessário focar em dados concretos como igualdade salarial, segurança psicológica no ambiente de trabalho e a evolução nas taxas de promoção e representatividade. Além disso, a mudança deve ser ampla, permeando todas as áreas e conectada aos objetivos do negócio.

A construção de um ambiente mais justo depende da participação de todos os funcionários, independentemente de suas origens. Isso cria soluções inovadoras e um ambiente mais criativo e produtivo.

O objetivo final é criar um ambiente de trabalho onde todos se sintam respeitados e tenham as mesmas oportunidades de crescimento e sucesso, isto é o melhor para as pessoas e negócios. Portanto, em 2025 e além, o desafio para os líderes será manter o ritmo enquanto se adaptam a essas mudanças, garantindo que o DE&I permaneça relevante e impactante em um cenário corporativo em constante transformação.

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