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O fim das Stock Options?

Na onda de transformações do mundo corporativo americano, uma mudança quase certa é o fim das stock options tal como elas vêm sendo distribuídas. De um lado, há a pressão dos reguladores para que as companhias sejam obrigadas a contabilizá-las como despesa (o que não ocorre hoje, por ser consideradas apenas opções de compra no […]

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 09h33.

Na onda de transformações do mundo corporativo americano, uma mudança quase certa é o fim das stock options tal como elas vêm sendo distribuídas. De um lado, há a pressão dos reguladores para que as companhias sejam obrigadas a contabilizá-las como despesa (o que não ocorre hoje, por ser consideradas apenas opções de compra no momento em que são dadas). Grandes empresas, como a Coca-Cola e a General Electric, já decidiram fazer isso. Em apenas seis meses, até o começo deste ano, pulou de 16 para 176 o número de empresas que resolveram contabilizar as stock options, por meio de uma fórmula complicada que traz para valor presente a estimativa do preço da ação no provável momento do exercício das opções.

De outro lado, há a pressão dos próprios funcionários. Com a queda generalizada das ações, as stock options que eles possuem para exercitar nos próximos anos muito dificilmente valerão alguma coisa, já que seu preço foi fixado quando o mercado estava em alta. Alguns executivos graúdos, como Steve Jobs, da Apple, obtiveram acordos para trocar as opções que tinham nas mãos por ações reais. No caso de Jobs, as ações valem 72 milhões de dólares, uma recompensa aparentemente muito boa para a desvalorização de 80% da companhia nos últimos três anos. Mas a maioria dos executivos vai simplesmente ter de se conformar em perder junto com a empresa.

Numa atitude que tem tudo para influenciar o poderoso setor de tecnologia, tradicionalmente o mais ferrenho adepto das stock options, a Microsoft decidiu no último dia 8 de julho abandonar esse sistema. Vai passar a dar ações restritas a seus empregados. No dia seguinte, a montadora Daimler-Benz seguiu o exemplo e anunciou também a suspensão de seu programa de stock options.

Provavelmente, as stock options continuarão a ser usadas, mas como uma das ferramentas, não necessariamente a mais importante. E com mudanças. Já que as opções deverão passar a ser computadas como despesas, as empresas deverão ficar mais ciosas quanto à sua distribuição -- as subsidiárias brasileiras, por exemplo, devem ter menos níveis de executivos premiados e com menor quantidade de opções. Também deverá fazer parte do contrato uma cláusula que só permita seu exercício caso a empresa supere um grupo de concorrentes em algum índice acordado. Ou seja, se a empresa valorizar-se 10%, mas as concorrentes crescerem 20%, nada de prêmio. Outra mudança possível é a exigência de que o executivo fique com as opções durante muito tempo. No Citigroup, os funcionários mais graduados já são obrigados a reter 75% de suas opções ou ações enquanto estiverem na empresa. A idéia é forçar os executivos a pensar sempre, e em primeiro lugar, no longo prazo. Mas alguns analistas afirmam que a medida, ao contrário, poderia encorajar os executivos a se demitir mais cedo.

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