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O estresse no trabalho ficou pior na pandemia? Entenda os sinais de alerta

A pandemia foi mais um empurrão para desestabilizar a saúde mental dos brasileiros. Esse estresse vai ter fim?

 (Klaus Vedfelt/Getty Images)

(Klaus Vedfelt/Getty Images)

Luísa Granato

Luísa Granato

Publicado em 17 de outubro de 2020 às 08h00.

Última atualização em 22 de julho de 2021 às 15h58.

Você já ficou doente por causa de estresse de trabalho? Segundo o médico, PhD e professor internacional da Fundação Dom Cabral, Roberto Aylmer, a pressão em janeiro já era alta e a pandemia foi mais um empurrão para desorganizar a capacidade mental dos profissionais de lidar com a tensão.

“Esse ano era apontado como um ano de recuperação. Estávamos preparados para uma corrida de 100 metros rasos. Com a pandemia, todas as expectativas foram desorganizadas”, comenta ele no episódio "Estresse sem fim?" do podcast Entre Trampos e Barrancos.

O aumento da instabilidade a partir de março se agrava com o prolongamento da emergência de saúde. “Nosso cérebro não aguenta tanto tempo tocando o alarme”, diz ele.

No começo do ano, Aylmer relata que muitos trabalhadores já tinham sintomas do estresse, como distúrbios de sono, alteração de humor, perda ou ganho de peso. O que pode começar com um incômodo mais simples, como uma dor de cabeça persistente, pode culminar na Síndrome de Burnout, o esgotamento no trabalho.

Nas redes sociais da EXAME, os leitores mandaram comentários para participar do podcast e comprovaram as palavras do professor. Quase todos já haviam normalizado a existência de sintomas de estresse relacionado ao trabalho.

Uma pesquisa da consultoria Falconi revelou que houve um aumento de 37% em doenças psiquiátricas ou distúrbios emocionais dentro das empresas brasileiras.

Segundo a Associação Internacional de Gerenciamento de Estresse no Brasil (Isma-BR), 72% da população brasileira tinha alguma sequela de estresse – e, 30% destes, sofriam de burnout.

O ponto é que esse processo está muito ligado a relação com o chefe imediato, fala o professor.  

Ele deixa um alerta para os líderes: você pode aumentar a pressão na equipe ou pode aumentar a performance.  

Não é que a culpa é do chefe, mas há um papel muito influenciador do chefe que chama suporte social. Quando o colaborador, ou a equipe, sente suporte do seu chefe, como orientação, apoio, margem para errar, traz uma sensação de que a gente vai conseguir vencer junto. Quando aumenta a pressão, o chefe aumenta a cobrança e aumenta o medo, a única chance que o colaborador tem é aumentar o cinismo. É fazer de conta uma coisa e falar outra. Por isso ele esconde sintomas que são transtornos mentais comuns”, comenta ele. 

Ouça o episódio completo aqui:

Como Cheguei Aqui

O canal Exame. Carreiras tem um segundo podcast no ar: o Como Cheguei Aqui. Nesse programa, grandes profissionais brasileiros contam suas histórias, com dicas e aprendizados que tiveram em suas vidas.

O bate-papo com a entrevistada do último episódio também rendeu a matéria na revista "A CEO sem medo de ter medo". A nova presidente da SAP Brasil, Adriana Aroulho, conversou sobre sua inusitada carreira que se iniciou na área de Ciências Sociais. Antes disso, ela se dedicava também ao balé.

Cada passo para ela pode ser uma lição diferente para os ouvintes do podcast. Confira o episódio:

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